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País tem pressa para reerguer base antártica

Limpeza dos escombros da estação destruída por incêndio já dá lugar à montagem de módulos temporários

Presença brasileira no continente gelado é estratégica para decisão sobre futura exploração de riquezas naturais

GIULIANA MIRANDA ENVIADA ESPECIAL À ANTÁRTIDA

Em meio à neve e ao frio, um canteiro de obras funciona a todo vapor. Operários passam para lá e para cá conduzindo tratores, descarregando material e construindo estruturas em uma área que, há um ano, foi complemente destruída por um incêndio no meio da noite.

A reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz virou questão de honra para o governo brasileiro e para a Marinha. A limpeza da área afetada foi feita em tempo recorde e o projeto da nova estação será feito por meio de um concurso milionário.

Além de garantir a continuidade do trabalho científico realizado na região, a pressa tem um significado mais profundo: a exploração da Antártida é uma questão estratégica para o Brasil.

Apesar de a região conter grande quantidade de minerais raros e de alto valor comercial, além de petróleo, sua exploração comercial está embargada até 2048, quando a questão volta a ser debatida e decidida pelos países que fazem pesquisa científica no continente.

PLANOS

O projeto da nova base brasileira será escolhido por meio de um concurso, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil. O vencedor levará R$ 100 mil no ato e mais R$ 5,3 milhões na entrega do projeto executivo.

Não à toa, o concurso já está movimentando escritórios de arquitetura de todo o país e alguns do exterior.

"Felizmente, o governo federal não tem faltado com recursos", comemora o contra-almirante Marco Silva Rodrigues, secretário da Cirm (Comissão Interministerial dos Recursos do Mar).

Pouco após o incêndio, o governo federal destinou R$ 40 milhões, em caráter emergencial, para a remoção dos destroços e a preparação adequada do local.

E, antes que a nova estação fique pronta, o Brasil terá uma temporária, constituída por módulos pré-fabricados, comprados por R$ 14 milhões de uma empresa canadense especializada em instalações do tipo.

"É quase como 'plug and play'. Os módulos chegam já com tudo pronto, a mobília escolhida, os fios passados por dento das paredes. O mais trabalhoso é interligar tudo", explica Ricardo Soares Ferreira, engenheiro naval e um dos responsáveis por finalizar a instalação dos módulos e torná-los habitáveis.

A miniestação poderá receber cerca de 65 pessoas, mais ou menos a capacidade da antiga base brasileira.

Já para a base definitiva, a Marinha tem planos mais ambiciosos. A nova estação será maior que a anterior, além de ter instalações científicas mais modernas, incluindo dois laboratórios de biologia molecular.

O custo deve ficar em R$ 100 milhões, mas o martelo só será batido após o projeto executivo ficar pronto.


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