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Muriqui X mico

Ambientalistas se dividem entre os primatas em campanhas para escolha do mascote das Olimpíadas de 2016

GIULIANA MIRANDA DE SÃO PAULO

As Olimpíadas de 2016 ainda estão longe de começar, mas já têm uma grande disputa. Simpáticos, atléticos e 100% brasileiros, o mico-leão-dourado e o muriqui competem pela vaga de mascote oficial do evento.

Os dois têm argumentos de peso. São carismáticos, endêmicos da mata atlântica e seriamente ameaçados.

Espécie de pop star da fauna brasileira, o mico-leão-dourado tem a seu favor justamente essa fama.

A agressiva campanha para salvar a espécie, que dominou a mídia há 20 anos -quando as discussões ambientais ainda eram bem menos comuns- tornou sua juba avermelhada conhecida em vários cantos do planeta.

"Esse animal é a cara do sucesso. Tem uma história linda, de engajamento da sociedade. Vem gente de todo lugar do mundo só para conhecê-lo", diz Luís Paulo Ferraz, diretor-executivo da ONG Associação do Mico-Leão-Dourado, que encabeça a campanha do macaquinho.

O esforço para salvar o animal tem reconhecimento em todo o mundo. Em pouco mais de duas décadas, a população na natureza saltou de cerca de 200 indivíduos para os atuais 1.700. Uma vitória conseguida principalmente pela proteção e recuperação da área de mata atlântica na qual eles vivem.

"E, além de tudo isso, o mico-leão-dourado ainda é da cor da medalha de ouro", brinca o ambientalista.

Modesta, a campanha pelo loiro-ruivo mais famoso das florestas se apoia principalmente nas redes sociais.

Do outro lado da disputa, o muriqui, maior primata das Américas, tem um time estrelado de apoiadores, como Gilberto Gil e Chico Buarque, que aparecem em um caprichado vídeo de divulgação da campanha, encabeçada pelo Instituto Ecoatlântica.

"O muriqui está para o Brasil como o panda gigante está para a China", diz Russell Mittermeier, presidente da Conservação Internacional e estudioso de primatas.

Mittermeier e a ONG estão ajudando na internacionalização da campanha do muriqui, que tem ainda o apoio do governo do Rio de Janeiro.

"Justamente por ser um animal menos conhecido, ele merece essa chance de aparecer. O mico também está ameaçado, mas a situação do muriqui é alarmante", diz Mittermeier. A estimativa é que, no Estado do Rio de Janeiro, haja apenas 160 deles.

Apesar da repercussão de ambas as campanhas, não há garantia de que uma das espécies seja a escolhida.

Não existe uma candidatura oficial, e o tema do mascote é livre. Ele será escolhido entre as propostas apresentadas pelas 15 agências de comunicação convidadas pela organização das Olimpíadas para enviar propostas de aparência e conceito.

Ou seja, antes de conquistar o mundo, muriqui e mico-leão terão de conquistar os publicitários participantes.

O resultado só sai em 2014, mas os cientistas estão otimistas. A definição do tatu-bola, também muito ameaçado, como mascote da Copa de 2014 é considerada um sinal de que a questão ambiental será determinante.

Já os apoiadores dos dois primatas vão além: torcem para que haja mais de um mascote oficial.

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QUEM SERÁ O MASCOTE?
A escolha será feita em 2014. O comitê organizador pediu para que 15 agências de comunicação pensassem no visual de mascotes que representassem o Brasil e o espírito olímpico, mas não existe uma lista pré-definida de candidatos


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