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Comida

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O faminto

Comida sem frescura

Um dia de cão

O coreano havia sido interditado por servir carne de cachorro e foi apelidado no bairro de "restauaurante"

ANDRÉ BARCINSKI

Sou fascinado pelo Bom Retiro. Já escrevi aqui algumas vezes sobre a variedade e a qualidade dos restaurantes do bairro, que matam a fome dos trabalhadores das lojas e dos escritórios da região.

Dá para comer de tudo no Bom Retiro: comida árabe, judaica, japonesa e, principalmente, coreana. É imensa a quantidade de bibocas, balcões escondidos e portinhas escuras que ocultam salões lotados de famintos de todas as raças e credos. Gosto de andar sem destino pelas ruas, procurando lugares novos.

Há alguns dias, fiz mais uma peregrinação gastronômica pelo bairro. Próximo às ruas Prates e Guarani, dei de cara com uma portinha, decorada com um quadro escrito em coreano. Pela janela, pude ver algumas mesas, onde grupos de orientais se esbaldavam com pratos fumegantes do que parecia ser uma espécie de caldeirada.

Entrei. Eu era o único ocidental. Um sujeito veio correndo do fundo do restaurante e, num português ruim, praticamente me expulsou: "Aqui comida coreana! Você não gosta!". Respondi que gostava muito da culinária coreana. "É muita pimenta! Tem outro lugar melhor pra você!" Ele simplesmente não queria me ver lá e eu, por consequência, perdi a vontade de gastar meu dinheiro naquela espelunca.

Assim que saí do restaurante, encontrei um conhecido na rua. Coincidência: ele trabalhava ao lado. "Eles não gostam de brasileiro." E me explicou o motivo: há alguns anos, o local havia sido interditado por servir carne de cachorro. O pessoal do bairro tinha até apelidado o local de "restauaurante".

Resolvi não arriscar mais e apelei ao excelente New Shin La Kwan (r. Prates, 343, tel. 0/xx/11/3315-9021), um dos melhores coreanos do bairro, que faz churrasco em uma grelha de carvão.

Tracei o yamnyon-ori (R$ 45 o prato individual), churrasco de filé de peito de pato, acompanhado de condimentos deliciosos. E fiquei babando pelo prato da mesa ao lado, o yuke-jam, uma sopa de carne de boi desfiada que inundava o local com um aroma delicioso.

NA PRÓXIMA SEMANA
Alexandra Forbes


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