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Chef cria cardápio após visita à tribo
DANIELLE NAGASE COLABORAÇÃO PARA A FOLHANão é novidade para a chef Ana Luiza Trajano viajar país afora para mergulhar nas culinárias regionais. Ela escapa sistematicamente de São Paulo desde antes da abertura de seu restaurante, Brasil a Gosto, em 2006.
Desta vez, porém, a experiência foi mais intensa: Ana Luiza passou 21 dias em uma aldeia indígena no Acre. Foram 22 horas de viagem entre avião, ônibus e barco para alcançar a tribo iauanauá.
A experiência lhe rendeu inspiração para um novo cardápio temático, que será lançado no próximo dia 11, no Brasil a Gosto.
Na aldeia, Ana Luiza observou os hábitos alimentares da tribo. "Os homens devem ser bons caçadores e as mulheres boas cozinheiras", conta.
Ela provou paca, queixada (porco do mato), macaco, jacaré. E ingredientes usuais, como mandioca e banana, preparados à moda da tribo.
As carnes eram moqueadas (defumadas em brasa) para que ficassem conservadas durante as caçadas.
Na cozinha da aldeia, Ana Luiza aprendeu técnicas e receitas típicas com as índias. Uma delas foi o "wutã", purê de mandioca com carne de paca. Outras, a queixada assada "com a pele à pururuca".
E lá cozinhou como manda a tradição: com recipientes de cerâmica, colheres de pau e com um utensílio de espinhos de carnaúba, que faz às vezes de um processador.
Em homenagem à mesa que era posta no chão sobre folha de bananeira, na tribo, a chef montou um cardápio com cinco etapas (R$ 198), que também podem ser consumidas à la carte.
São receitas como o bolinho de banana com pirarucu (R$ 29), a sopa de mandioca com queixada e milho crocante (R$ 39) e o pudim de banana-nanica com castanha e beiju de tapioca (R$ 25).
BRASIL A GOSTO
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