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Terra de Coppola produz mais de 40 rótulos
A primeira investida do cineasta em uvas foi 1975, com os lucros de "O Poderoso Chefão"
Há tantas coisas para se fazer na vinícola do cineasta Francis Ford Coppola que a atração principal quase fica em segundo plano.
Pensado como um parque para toda a família, o complexo com piscina e quadras de bocha fica na comunidade de Geyserville, a 120 km de San Francisco, com uma produção de mais de 40 vinhos.
O lugar é uma raridade não só pela exibição das estatuetas do Oscar de Coppola mas por ser uma das três únicas vinícolas da Califórnia que possuem restaurante próprio, algo permitido às casas mais antigas.
O estabelecimento existe desde os anos 70 e foi comprado pelo diretor americano em 2006, após ficar sem espaço em sua vinícola em Napa. Sua primeira investida em uvas foi 1975, com os lucros de "O Poderoso Chefão" (1972), levando adiante uma tradição familiar --seu avô italiano Agostino fazia vinho no porão de seu prédio em Nova York, nos anos 20.
O novo complexo reabriu em 2010 e passa longe da seriedade das vinícolas tradicionais, num clima descontraído que se reflete nos títulos das dez coleções à venda, todas produzidas no local, com exceção do espumante Sofia (nome de sua filha).
"São vinhos que você não tem medo de abrir para a família", diz Jill Jones, uma professora aposentada que faz tours pela propriedade de 24 acres --que corresponde a 97.128 metros quadrados.
Ela conta que as vinhas ao redor do palacete, onde funcionam o restaurante e a fábrica com 6.000 barris, continuam sendo poucas para Coppola, que compra boa parte das uvas de fazendas da região. A plantação local é orgânica e faz parte de um programa pioneiro de sustentabilidade.
O tour de uma hora mostra o processo de rotulagem e embalagem, enquanto a guia conta curiosidades.
O pinot noir Votre Santé, por exemplo, servido na degustação ao final da visita, tem seu nome em homenagem a uma avó de Coppola, que costumava brindar com um "à votre santé" (a sua saúde).
Já o Archimedes é seu vinho mais refinado (US$ 60; cerca de R$ 135), envelhecido em barris de carvalho francês por 21 meses, deixando um concentrado de notas de cerejas e ameixas.
O diretor de 74 anos visita a vinícola algumas vezes por mês, quando circula entre os fregueses em seu restaurante Rustic.
Diz que não é enólogo. Quem administra a propriedade é Corey Beck, com quem trabalha desde 1998. Antes, Beck cuidou da adega do Chateau Montelena, em Napa, após se formar em enologia pela Universidade da Califórnia.
