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O mar tá pra peixe

Preços baixos e mudanças de hábito estimulam o consumo de pescado no Brasil; novas espécies importadas chegam ao mercado nacional

GUSTAVO SIMON DE SÃO PAULO

Desde o começo dos anos 2000, o consumo de peixe só cresce no país. Hoje, o brasileiro ingere, segundo o MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura), mais de 9 quilos de pescado por ano.

Parece uma cifra irrelevante --mais ainda se posta na balança com a ingestão de carnes bovina e de frango, de 37 quilos e 44 quilos anuais.

Mas a ingestão de peixe aumentou 196% entre 2002 e 2010, último levantamento disponível do MPA.

No Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), as vendas de pescados subiram 21% de 2011 para 2012.

A onda positiva passa (não só) pelo aumento na renda da população --peixe é mais caro que carne bovina e frango.

"Em São Paulo, come-se muito em restaurantes por quilo, que, em geral, têm pescados no cardápio", diz Cristiane Neiva, pesquisadora do Instituto de Pesca do Estado. "E houve um incremento em supermercados, puxado pela maior oferta de importados."

Três novidades que chegam às gôndolas nas próximas semanas exemplificam bem esse movimento.

Em outubro, as lojas do Extra na capital paulista passarão a vender anchoveta, um peixe semelhante à sardinha, pescado no Peru. "Em relação à sardinha, ele tem carne mais firme e com mais gorduras saudáveis", diz Antonio Castillo, do escritório comercial do Peru no Brasil.

No mercado nacional, será vendida congelada (a R$ 4 o quilo) e em conserva.

Outra novidade em supermercados de São Paulo, Brasília e Porto Alegre são três espécies de peixes do Alasca.

O bacalhau será vendido em filés e em lombos sem sal --ao contrário do português, que chega ao Brasil salgado. A partir da segunda semana do mês, entra no mercado a polaca, um peixe de características similares à merluza --de carne clara, textura firme e sabor acentuado.

O salmão é outro peixe que virá do Alasca --mas ainda não há previsão para a importação ao consumidor final.

Todos são selvagens, já que uma lei desse Estado americano veta a criação de peixes em cativeiro. "O peixe selvagem nada mais, acumula gordura e se alimenta de formas particulares. Tudo isso contribui para diferenças marcantes de sabor", diz a chef Bella Masano, do Amadeus.

"A gordura de um salmão selvagem se desfaz na boca de forma mais suave e com sabor mais delicado."

O atum "bluefin" também deve estar com mais regularidade nos restaurantes japoneses de São Paulo. A espécie, mais rara (e cobiçada) de atum, tem carne macia e sabor levemente adocicado, e começou a ser trazida em abril pela importadora Nordsee, em caráter experimental.


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