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Tá chovendo pitanga

Por que essa fruta brasileira, encontrada aos montes nas ruas de SP, é escassa no mercado e pode custar até R$ 100 o quilo?

MARÍLIA MIRAGAIA DE SÃO PAULO

As calçadas de ruazinhas do Tatuapé, na região leste de São Paulo, e as de avenidas movimentadas, como a da Chucri Zaidan, ao lado do shopping Morumbi, têm algo em comum: roliças e coloridas pitangas. Nesta época, em plena safra, despencam, aos montes, das árvores.

Mas, se é fácil encontrar essa fruta nativa do Brasil, de aroma fresco, azedinha e adocicada, nas ruas da cidade, ela é escassa no mercado.

De dez endereços consultados pela Folha (Pão de Açúcar, Extra, Casa Santa Luzia, St Marche, Santa Maria, Mambo, Walmart, Sam's Club, Sonda e Mercado Municipal de São Paulo), apenas quatro vendiam a fruta.

O preço também pode impressionar: o quilo chega a custar R$ 100 no Mercado Municipal. No Pão de Açúcar, a pitanga custa R$ 7,79 (100 g), custo semelhante ao do mirtilo importado (R$ 6,79, 100 g), uma das frutas mais caras disponíveis na rede.

As características dessa frutinha --dizem, a favorita do sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987)-- ajudam a explicar o cenário. Além de um alto custo com mão de obra (a colheita é manual), ela tem pouco tempo de vida útil. Ou seja, estraga facilmente.

Andre Yamanaka, produtor do interior de São Paulo (de onde vem a maior parte da fruta comercializada no Ceagesp), conta que suas vendas na cidade foram incrementadas em 40% nos últimos cinco anos.

Não à toa. A pitanga está cravada no imaginário de muitos brasileiros --sobretudo aqueles que cresceram às voltas de um quintal. Mais: cozinheiros ligados aos ingredientes nativos fazem questão de usá-la em receitas. Surgem, então, em sucos, doces e até como molho para enriquecer carnes e peixes.

Yamanaka fornece diferentes tipos de pitanga --entre elas uma de tonalidade roxa, também nativa-- para casas como o FeedFood, em Pinheiros, por exemplo.

Um pouco mais adocicada que a tradicional, a fruta vira caipirinha, servida com algumas gotas de Aperol (bitter italiano). "Para mim, a pitanga é a berry' brasileira", diz a chef Adriana Cymes.


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