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Leite preserva ar aristocrático, mas dispensa 'frescura'

DANIEL CARVALHO DO RECIFE

Quando o restaurante Leite surgiu no Recife, senhores de engenho tinham escravos e o Brasil era governado por dom Pedro 2º. O ano era 1882.

O local até hoje carrega o toque aristocrático, com bandejas de prata, guardanapos de puro algodão e adega com rótulos do século 19. As 36 mesas recebem intelectuais, empresários e políticos, como os presidentes Juscelino Kubitschek (1902-1976) e Fernando Henrique Cardoso.

Apesar de ficar em uma área degradada do centro, lota quase sempre. Às sextas e aos domingos, é bom reservar.

O dono é o português Armênio Dias, 83, que comprou o local em 1956 e diz dispensar a "frescura" na gastronomia. O chef Edmilson Chaves, 53, está no Leite há 25 anos. Manoel da Silva, 59, "garde manger", há quase meio século.

Frutos do mar e peixes, com destaque para o bacalhau, são o carro-chefe do cardápio.

O dono se orgulha de ter permitido a entrada de mulheres desacompanhadas no início dos anos 1960, fato inédito no restaurante até então.

Quando não está na cozinha, Dias fica no salão, onde almoça todos os dias. Senta-se sempre na mesma mesa, de costas para a entrada do Leite. "Porque, se chegar alguém, não sou obrigado a cumprimentar", afirma.


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