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Tipo exportação

Governo discute aumentar de 25% para 35% o percentual de cacau no chocolate, como na Europa; paladar mais amargo não é realidade do brasileiro, dizem chefs

DA ENVIADA A ILHÉUS (BA)

Se queremos promover a indústria brasileira, o produto ao menos tem de ser de qualidade, vaticina o francês radicado no Brasil Fabrice Lenud, na degustação às cegas promovida pelo "Comida" em sua confeitaria, Douce France, ao lado de Cíntia Lima, da chocolateria Chocolat Des Arts, e Rafael Barros, da doceria Opera Ganache.

Foram provadas 13 barras de seis marcas nacionais, com diferentes percentuais de cacau: Harald, Amma, Mendoá, Babette, Sagarana e Chor.

A conclusão dos participantes é que os chocolates finos brasileiros têm potencial para disputar o mercado mundial. Produtos da belga Barry-Callebaut e da francesa Valrhona com 100% cacau brasileiro, diz Fabrice, mostram que a nossa matéria-prima é boa. "Mas eles têm expertise industrial. Nos falta capacidade de refinamento, e também vai levar um tempo para mudar o paladar brasileiro. Mas é um mercado promissor e há aqui iniciativas corajosas", diz ele.

A principal característica que permeia chocolates finos como esses é a concentração de cacau, em geral acima de 40% --maior que os 25% exigidos pela lei brasileira.

Em países como a França, o percentual exigido é 35% --e é a este número que querem chegar produtores brasileiros, em projeto discutido na Câmara Setorial do Cacau, do Ministério da Agricultura.

"O maior objetivo é melhorar o produto brasileiro. O chocolate que é produzido em larga escala ainda deixa muito a desejar, tem menos cacau que os 25% exigidos", diz o cacauicultor Guilherme Moura, presidente da Câmara Setorial do Cacau. Marcas como a Nestlé, porém, não revelam quanto usam de cacau. "Queremos deixar de ser só grande produtor de matéria-prima para ser também grande produtor de chocolate."

Hoje, o Brasil é o sexto maior produtor de cacau, com 4,9%, ficando atrás de Costa do Marfim, Gana, Indonésia, Nigéria e Camarões.

A venda total de chocolate movimenta, no país, R$ 9 bilhões por ano, segundo a Abicab (associação brasileira da indústria de chocolate e cacau). Desses R$ 9 bilhões, 6% se referem ao chocolate fino.

Esse chocolate de alta qualidade é alvo de feiras como a Febrachoco, que ocorre em Gramado (RS) em setembro.

Confira as notas de cada chocolate na degustação
folha.com/comida


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