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Crítica restaurante

Kaá mantém qualidade com novo chef

Francês Marc LeDantec introduz receitas sem fazer mudanças bruscas no amplo cardápio

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

Nem todo bom restaurante tem uma cozinha de autor, que mude bruscamente a cada mudança de chef. Caso do Kaá. Inaugurado em 2008, tem sua cozinha mais uma vez sob nova direção --com o francês Marc LeDantec--, mas é algo que pouco transparece para o público geral.

Talvez porque um dos donos da casa (que pertence ao grupo Egeu, do Girarrosto) seja um chef experiente, Paulo Barros, que supervisiona as cozinhas. E, no caso do Kaá, mantém esse caráter fluido de "cozinha variada", ou franco-italiana, mas competente.

A permanência do Kaá deve-se também ao fato de ser um restaurante de impacto, que continua impressionando por sua enorme escala, pela bela decoração e pela gigantesca parede de plantas da mata atlântica.

Mas nada disso duraria tanto se a comida não justificasse. Durante boa parte de sua vida ela brilhou pelas mãos do francês Pascal Valero, mas no final de 2012 iniciou-se um ciclo de mudanças abruptas de chefs, que desaguou agora em LeDantec.

Nascido há 40 anos em Rennes, na França, com passagens por restaurantes estrelados, chegou ao Brasil em 2000, teve um bom restaurante na Bahia e voltou a São Paulo em 2010, onde chefiou Bistrô Charlô e Rive Gauche.

No Kaá desde maio, o novo chef não introduziu mudanças bruscas. Os pratos conhecidos do público ali continuam, obviamente com os cuidados do novo comando, e agora com acréscimo paulatino de novos itens --entre os quais, curiosamente, há influências de sua vivência brasileira no Nordeste.

O amplo menu tem um pouco de tudo, mas não é óbvio (dos sete pratos de carne bovina, somente um tem o preguiçoso filé-mignon).

Nos pescados, há um ceviche com polpa de acerola, pipoca e flor de sal (pedindo mais acidez) e um vistoso grelhado de frutos do mar com molho de tomate cru e cuscuz de legumes (lagostins um pouco além do cozimento).

Nas carnes, boa porchetta assada com arroz provençal e sauté de brócolis e gergelim. Mas a estrela nos novos pratos é a costela bovina ao merlot com inhame braseado e legumes (a macia carne é das que, como dizem os franceses, se come com colher).

Toques brasileiros? Estão no carpaccio de palmito com dadinho de tapioca, vinagrete de umbu e nozes; na massa recheada de peixe e camarões com molho de moqueca; e na bela sobremesa de caju confitado na cachaça com especiarias e sorbet de limão.

KAÁ *
ENDEREÇO av. Juscelino Kubitschek, 279, V. Olímpia; tel. (11) 3045-0043
HORÁRIO seg. a qui., 12h às 15h e 19h à 0h; sex., 12h às 15h e 19h à 1h; sáb., 12h às 17h e 19h à 1h; dom., 12h às 17h
AMBIENTE impactante, amplo, com gigantesca parede de plantas
SERVIÇO bem atento e profissional
VINHOS boa carta, até com interessantes brasileiros pouco conhecidos
PREÇOS entradas, de R$ 26 a R$ 72; pratos principais, de R$ 51 a R$ 92; sobremesas, de R$ 17 a R$ 24


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