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Chá sob proteção

Produtores do Darjeeling, da Índia, conseguem que União Europeia proíba uso do nome em bebidas que não vêm da região

JIM YARDLEY DO “NEW YORK TIMES”, EM DARJEELING (ÍNDIA)

Poucos chás superam um bom Darjeeling. O sabor suave e adocicado, elogiado pelos conhecedores, traduz-se em um preço mais alto.

Essas características, positivas para os negócios dos produtores, esbarram em um desafio. Boa parte do chá Darjeeling vendido no mundo não é, de fato, cultivado na região, aos pés do Himalaia.

Atacadistas estrangeiros costumam usar o nome em uma mistura da erva verdadeira com chás de menor qualidade. E, em alguns casos, plantadores simplesmente colam o rótulo Darjeeling em um chá qualquer.

Por isso, produtores da região indiana seguiram o exemplo de destilarias de uísque escocês e vinícolas francesas e conquistaram a proteção jurídica para o rótulo.

No ano passado, a União Europeia concordou em eliminar gradualmente o uso da denominação Darjeeling em chás misturados.

Pelo acordo, o uso do nome na versão não original da bebida deve ser eliminado em um prazo de cinco anos.

Hoje, assim como uma garrafa de conhaque deve vir da região em torno da cidade francesa de Cognac, uma xícara do chá Darjeeling terá de ser feita apenas com a planta cultivada na região.

"Esse sabor que vem daqui não existe em outros lugares", afirma o produtor Anil K. Jha, da fazenda Sungma, que fica em uma encosta a cerca de 1.500 metros acima do nível do mar, perto da fronteira com o Nepal.

Muitos dos morros da região são forrados de plantações de chá, algumas iniciadas há mais de 160 anos, quando um cirurgião britânico descobriu que a planta prosperava no ambiente.

O terreno montanhoso, no entanto, limita a produção.

A Índia produz quase um bilhão de quilos de chá por ano, mais que qualquer outro país, mas Darjeeling responde somente por cerca de 1% desse total.

A área tem 87 plantações certificadas, que produzem cerca de nove milhões de quilos de chá por ano, e o potencial para expansão é quase zero por causa da topografia.

Esse era o motivo de aborrecimento dos produtores locais - cerca de 40 milhões de quilos de chá eram vendidos como Darjeeling no mercado global, todo ano.

"O chá sempre foi mais caro", disse Ranen Datta, assessor dos plantadores locais. O preço do produto no atacado chega a ser cinco vezes maior que o das versões comuns.

A história de cultivo do Darjeeling é marcada por dificuldades. Durante a Guerra Fria, a Índia se aproximou da União Soviética, que fechou um acordo para comprar o produto e, depois, misturá-lo a outras variedades.

Para acompanhar o aumento nas vendas, produtores começaram a usar mais pesticidas nas lavouras.

Com o fim do bloco soviético, no entanto, o estoque encalhou, pois os europeus exigiam o chá verdadeiro. A solução foi se concentrar na qualidade. A produção caiu, mas os preços subiram com a volta do cultivo original.

Os agricultores vendem o chá Darjeeling de acordo com as estações do ano, com a maior demanda durante as duas épocas de colheita, conhecidas como primeiro e segundo fluxos, que ocorrem entre fevereiro e julho.

Os plantadores também desenvolveram produtos de luxo, como o chá de brotos brancos, extraído das folhas mais tenras da planta.

ONDE COMPRAR

A LOJA DO CHÁ

ENDEREÇO av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232 (Shopping Iguatemi), tel. 0/xx/11/3816-5359

QUANTO de R$ 51 a R$ 165 por 50 g, a depender da variedade

TALCHÁ

ENDEREÇOS av. Higienópolis, 618 (Shopping Pátio Higienópolis), tel. 0/xx/11/3823-3744;

av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041 (Shopping JK Iguatemi), tel. 0/xx/11/3152-6744

QUANTO de R$ 34 a R$ 109 por 50 g, a depender da variedadewww.talcha.com.br


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