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Crítica Restaurante

No Itaim, Nakka faz sushis diferentes, mas sem cafonice

DO CRÍTICO DA FOLHA

Durante anos, o sinônimo de ser um restaurante japonês descolado em São Paulo era oferecer bizarros enrolados de arroz estilo "x-tudo" (de cream-cheese a manga) -e chamar de californiano... O Nakka não é assim.

Ou seja, não é muito diferente do que agora é o japonês descolado comum. Mas sem manga e goiabada. E foram trocados pelo quê? Pelo maçarico, pelo azeite de trufas e pelo sal (a flor de Maldon, o rosa do Himalaia).

A disseminação até o esgotamento de qualquer novidade cansa, claro. Mas, neste caso, ainda tem chão.

Eu ainda prefiro os sushis conservadores, ou as invenções discretas (fora, claro, os raros toques de gênio como o sushi de farinha de arroz dos irmão Adrià). Mas valorizo intervenções que inserem novidades aos clássicos.

Só que o gosto de maçarico no peixe não é a melhor coisa do mundo para quem admira o gosto inigualável que os japoneses dão ao peixe em suas minúsculas grelhinhas de carvão. Nem o azeite artificial de trufa é o melhor para quem aprecia o sabor da trufa verdadeira.

Ainda assim: São Paulo está amadurecendo nos sushis diferentes sem a cafonice "californiana". No Nakka, eles lembram um sushi que era surpreendentemente esperto num lugar improvável, um balcão de mercado chique, o Santa Maria, anos atrás.

E não por acaso: o sócio e sushiman do Nakka esteve lá. Regis Hideki Shiguematsu, 34, foi sushiman no Butoh, no Kinoshita (quando ainda era na Liberdade) e no Sushi Bar do Empório Santa Maria.

Aqui, seus sócios são os investidores Roberto Nakamori, 54 (ex-dono de uma padaria gourmet, que também administra o local) e seu filho Rodrigo Nakamori, 24.

O cardápio deve ser ampliado, mas, no momento, há apenas cinco pratos quentes. O restante é de sushis: feitos direitinho, embora não tenhamos tido nenhum dia com variedade de peixes.

Há os clássicos niguiris e enrolados; coisas mais contemporâneas, como a bolotinha de umebochi (cereja em conserva), azeites e maçaricos; e um universo que entretém a noite com competência.

Os robatas, espetinhos tradicionais, estão no menu, e chegam à mesa fora do espeto, em elegante apresentação.


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