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Escritora mistura as receitas da mãe com contos em novo livro

Heloisa Seixas recupera manuscritos culinários da família para compartilhar sabores que rondaram a sua juventude

Em 'Uns Cheios, Outros em Vão', Heloisa, que não sabe cozinhar, traz receitas bem caseiras, como feijão e pudim

DE SÃO PAULO

Quando era pequena, a escritora Heloisa Seixas não podia entrar na cozinha. A mãe, Maria Angélica, dizia que ali não era lugar para criança. A menina, então, ficava num canto da casa, mas acompanhava tudo o que a cozinheira fazia. Heloisa cresceu e não aprendeu a cozinhar.

Recentemente a escritora decidiu descumprir as recomendações dadas pela mãe, mas para homenageá-la.

Com a morte de Maria Angélica, em abril do ano passado, Heloisa entrou na cozinha e foi atrás dos cadernos, fichários e folhas com as receitas que marcaram a história da família.

O resultado dessa procura virou o livro "Uns Cheios, Outros em Vão", que Heloisa, 60, lança na próxima semana, no Rio de Janeiro.

"Não é um livro técnico de culinária, mas um conjunto de receitas que contam histórias", diz Heloisa.

Nele, a escritora tempera os manuscritos culinários com memórias da infância e juventude no Rio e das férias na Bahia, terra-natal da mãe.

No primeiro capítulo, já se notam as diferenças em relação a um livro tradicional de receitas: não há indicação de tempo de preparo nem da quantidade de porções.

"Minha mãe anotava as coisas pela metade, achava que todas as cozinheiras eram boas quanto ela."

Heloisa mostra como são feitos pratos tradicionais do cotidiano na cozinha: feijão, carne assada, purê de batatas, molho branco. E as sobremesas com cara de mãe: quindim, pudim de pão, bolo de fubá, entre outros.

Mas no livro não faltam refeições mais elaboradas, que a mãe costumava fazer em ocasiões especiais.

Uma delas é o vatapá, que atraia todos os amigos de Heloisa para o apartamento dos pais, no Leblon. "Era um acontecimento. Todo mundo queria levar uma quentinha."

Para acompanhar, estão o arroz de coco -que deve ficar bem empapado, para combinar com o vatapá-, o caruru, a maxixada e a jenipapada, de sobremesa.

PANQUECA PARA RAUL

Outros membros da família são lembrados ao longo das páginas. Um deles é o primo Raul Seixas.

Enquanto tentava a carreira de cantor no Rio, levava a mulher Edith e os amigos para almoçar na casa da tia quando o dinheiro faltava. Para eles, Maria Angélica preparava panquecas e galinha.

A filha de Heloisa, Julia, 32, também é citada. "O dom de cozinhar pulou uma geração. Se eu cozinhei algo, foi ao lado dela, preparando o bolo que comemos nas festas de Natal." (NANCY DUTRA)


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