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Prato típico de Franca, filé mignon recheado teria sido criado por JK
DE RIBEIRÃO PRETOEm Franca, no interior paulista, uma lenda gira em torno do presidente da República Juscelino Kubitschek (1956-61) e de um prato que se tornou tradição na cidade.
A combinação, hoje no menu de quase todos os restaurantes locais com o nome de "filé à JK", tem como base filé mignon à milanesa recheado com queijo e presunto.
É acompanhado por arroz com ovos e ervilhas, batatas e bananas fritas e presunto e mozarela no final.
A história mais difundida é a de que o presidente teria criado o prato em uma das vezes em que se hospedou no Grande Hotel Araxá (MG), com auxílio de um chef. O cozinheiro, em mudança para Franca, teria levado a receita.
Hoje, o lugar mais famoso que serve o "filé à JK" é o restaurante Barão. Desde 1958 no centro da cidade, o local mantém a mesma decoração e as roupas dos garçons do dia da inauguração.
Ex-jogador de basquete (outra tradição da cidade), o dono do Barão, Marcos Aurélio de Melo, 74, transformou as paredes do restaurante numa espécie de tributo ao esporte, com fotos de times.
No começo do ano, a Folha encontrou no Barão três amigos de São Paulo que, passando pela região, foram ao restaurante comer o filé.
"O prato é muito bom, e a lenda por trás dele o torna mais especial", diz o estudante Gabriel de la Torre, 26.
Segundo o dono, são servidas cem unidades de "filés à JK" aos finais de semana. O prato representa cerca de 80% do faturamento.
SEM CONFIRMAÇÃO
Presidente do museu Casa de Juscelino, em Diamantina (MG), Serafim Jardim, que foi um amigo próximo de JK, diz que não se pode confirmar a veracidade da lenda.
Ele diz, porém, que esteve com o presidente diversas vezes no Grande Hotel Araxá. "Nos hospedamos lá mais de uma vez após a volta dele do exílio [1967]", diz Jardim, que foi secretário de JK até 1976, ano em que o presidente morreu num acidente de carro.
Apesar de ter seu nome ligado ao filé de Franca, JK gostava mesmo é de frango com quiabo e frango ao molho pardo, diz o ex-secretário.
