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Crítica Restaurante

Casal faz cozinha cuidadosa a preços razoáveis

Em Perdizes, Ecully tem cardápio enxuto com 13 entradas e pratos principais que fazem referência ao sul da Europa

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

Écully (com acento) é uma cidade francesa próxima de Lyon, onde um jovem casal de brasileiros se conheceu em 2007 num curso de culinária do instituto Paul Bocuse.

Hoje, eles são os proprietários do restaurante Ecully (sem acento, a pronúncia é "eculí"), que foi aberto em janeiro, no bairro de Perdizes.

Juliana Amorim de Pádua Moreira, 25, é formada em gastronomia pelo Senac; Guilherme Tse Candido, 24, também paulista, fez gastronomia na Anhembi Morumbi. A passagem pela Europa levou-os a estágios e trabalhos em restaurantes na

Espanha (Juliana) e na Itália (no caso de Guilherme).

O Ecully ganhou sua cara quando o casal, de volta ao Brasil, mantendo uma empresa homônima dedicada a eventos, decidiu abrir um restaurante e encontrou o imóvel onde se instalou.

O enorme jardim levou o casal de cozinheiros a colocar tudo (cozinha, mesas) do lado de fora, ainda que em área coberta. A entrada da casa virou uma lojinha gourmet e, no andar de cima, há um espaço com cozinha para eventos.

São apenas 13 entradas e pratos principais, coisa que tenho visto muito -e acho até prudente para novos restaurantes. O menu tem uma pinta de Europa do sul.

O carpaccio, feito com queijo de cabra, tomate-cereja e ervas, lembra a Itália.

Já as croquetas cremosas (mas crocantes) de funghi trazem a Espanha.

E é a Espanha vanguardista que comparece no ovo perfeito, cozido em baixa temperatura (com bacon crocante e chips de couve), feito direitinho, mas não naquela perfeição cremosa.

Há sabores franceses no tartare de carne com mostarda de Dijon entremeado por chips de parmesão (acompanhado por um interessante azeite de carvão).

O leitão cozido em baixa temperatura (a carne é tão macia, precisava mesmo?) é saboroso, com cebola caramelizada e pesto de manjericão. É servido com purê de mandioquinha um pouco pesado (mandioquinha, para não dominar o gosto delicado do porco -ou de um peixe- deveria ser sempre uma "mousseline" bem leve).

Um belo prato é o polvo confitado -é crocante depois de finalizado e vem com legumes (aspargos, batata bolinha e pétalas de tomate "confit") num ótimo ponto.

Ainda: "tagliatelle" com lulas frescas no vinho branco e limão-siciliano, bem convincente, e entrecôte com nhoque de parmesão ao molho de mostarda com alecrim.

Sobremesa de encher a boca: torta ganache aos três chocolates (meio amargo, branco e ao leite) com "coulis" de laranja.

É uma cozinha cuidadosa, com alguns toques originais (mas familiares), e preços que não assustam.


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