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Bombeiros tentaram ocultar falhas em inspeções da Kiss

Polícia indicia 16 sob suspeita de envolvimento na tragédia que deixou 241 mortos

Investigação aponta falhas do município na fiscalização da casa noturna, inclusive do prefeito de Santa Maria

FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE MELINA GUTERRES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM SANTA MARIA

Após 55 dias de investigação, a Polícia Civil gaúcha concluiu ontem o inquérito sobre o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, e indiciou 16 pessoas sob suspeita de envolvimento na tragédia.

No total, 241 pessoas morreram no incêndio, em 27 de janeiro -623 ficaram feridas.

Entre os responsabilizados estão integrantes da banda que se apresentava no local, gestores da casa noturna, bombeiros, dois secretários e servidores da prefeitura.

Com 13 mil páginas de inquérito e cerca de 800 pessoas ouvidas, a apuração apontou que dois bombeiros -entre eles o subcomandante da corporação- adulteraram provas após a tragédia.

Eles teriam inserido papéis em uma pasta com documentos da boate para tentar ocultar falhas no processo de licença da casa noturna.

Após o anúncio das conclusões, o governador Tarso Genro (PT) decidiu afastar o comandante dos bombeiros de Santa Maria, Moisés Fuchs.

O inquérito apontou falhas da corporação, como a autorização para que a casa noturna permanecesse aberta e a permissão para que civis entrassem no local do resgate.

PREFEITO

A polícia apontou a responsabilidade de 35 pessoas, incluindo o prefeito Cezar Schirmer (PMDB), que não foi indiciado devido ao foro privilegiado. O inquérito será remetido ao Tribunal de Justiça do Estado para avaliação do envolvimento do prefeito.

As investigações apontaram que o Corpo de Bombeiros e o município falharam ao autorizar o funcionamento da casa. A boate havia passado por reformas sem responsáveis técnicos. No dia do incêndio, estava superlotada.

Quatro estão presos desde a tragédia: os sócios Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo dos Santos, e o produtor do grupo, Luciano Leão.

Os quatro, a irmã e a mãe de Spohr e um gerente foram indiciados sob suspeita de homicídio doloso qualificado -a acusação mais grave.

O incêndio começou por volta das 3h, quando um integrante da banda acendeu um artefato pirotécnico.

Faíscas atingiram uma espuma usada como revestimento acústico, que começou a queimar. Uma espessa fumaça preta tomou conta da casa em poucos minutos, intoxicando os frequentadores.

O inquérito será levado ao Ministério Público, que vai analisar as provas e decidir se denuncia (acusa formalmente) os suspeitos à Justiça.


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