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Cotidiano

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Entrevista Fernando Haddad

São Paulo é difícil, tenho em média uma crise a cada dia

Apesar dos problemas, prefeito diz que planejou parte da gestão e adotou medidas capazes de deixar sua marca

ALAN GRIPP EDITOR DE “COTIDIANO” EVANDRO SPINELLI DE SÃO PAULO

Fernando Haddad (PT) completa na quarta-feira cem dias à frente da Prefeitura de São Paulo. Para ele, esse tempo ainda não foi suficiente para fazer as mudanças que pretende, mas já deixa marcas.

Foram também cem dias de pequenas crises. Todo santo dia, segundo ele próprio. "Tenho uma crise por dia. São Paulo é difícil."

Quando a Folha chegou ao seu gabinete, na sexta-feira, o prefeito monitorava pelo Twitter alguns desses problemas. Acidentes de trânsito, pontos de alagamento, interdições -reflexos da chuva da vez, na madrugada.

Para ele, medidas já adotadas como obras de drenagem, o fim da taxa da inspeção veicular e a transferência de terrenos para universidades públicas são algumas das marcas mais importantes da largada de sua gestão.

Haddad evita ataques diretos ao antecessor, Gilberto Kassab (PSD), com quem a presidente Dilma flerta já pensando na reeleição.

Mas lista uma série de problemas que diz ter herdado, como a falta de recursos para as obras da Copa.

Leia trechos da entrevista.

O início

"Fizemos o planejamento estratégico dos próximos quatro anos. Foi importante para a cidade, que vive um momento de se repensar. E muita coisa foi feita já, com boas perspectivas de melhoria."

Chuvas

O prefeito não se arrisca a dizer quando a cidade se livrará das crises vividas a cada pancada de chuva, mas diz que as ações simultâneas que vem implantando devem gerar algum impacto no próximo verão. "Não tem uma bala de prata que vai resolver os problemas da cidade."

Ele cita investimentos em obras de microdrenagem e a licitação de R$ 100 milhões para melhorar a rede de semáforos, que, espera, ficará pronta no meio do ano.

Crises

"Em geral eu tenho uma crise por dia. Essa é a média. Tem coisa que ninguém fica sabendo. São Paulo é difícil. Eu já passei pela Secretaria de Finanças [2001-2003, na gestão Marta Suplicy], essa cidade é difícil. Naquele momento eram duas crises por dia, então melhorou muito [risos]."

Parcerias

"Vamos ampliar muito. É dever do prefeito. Numa cidade com a complexidade de São Paulo, ou você compartilha o sucesso ou você fracassa", diz, ao explicar como lidará com a situação financeira delicada. "São Paulo chegou no limite do que podia fazer sozinha."

Lula

Haddad diz que fala constantemente com o ex-presidente Lula, mas nega que ele interfira nos assuntos da cidade. "Falamos sobre política."

Em janeiro, Lula reuniu-se com o prefeito recém-empossado e com secretários municipais na prefeitura e elencou prioridades para a gestão.

Agora, Haddad trata como natural as conversas com Lula. "Falo também com Fernando Henrique Cardoso [ex-presidente, do PSDB]".

Parcerias com Alckmin

"Durante a campanha disse que não abriria mão da relação com o governo do Estado, que não colocaria interesses partidários acima dos da cidade. Não posso abrir mão desse tipo de colaboração", afirma.

Críticas a Kassab

Haddad diz que não existe incoerência no seu discurso em relação ao ex-prefeito, que foi adversário na campanha, aliado no início do governo e voltou a ser alvo de críticas.

"Tem muita especulação. Ninguém discorda 100% de uma administração. Nós fizemos [na campanha] um discurso de mudança. Mas quando me perguntavam se eu não era capaz de apontar mérito na gestão Kassab eu citava o que pretendia continuar."

Transição

Haddad diz que pretende baixar, até o fim de seu mandato, um decreto para regulamentar a transição de governo, que vai proibir o vencimento de contratos três meses antes e três meses depois da posse e a criação de cargos temporários.

"Não tem nada a ver com o prefeito, é a máquina mesmo que tem de impedir que esse tipo de coisa aconteça. É natural, não é reclamação."


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