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Antes minoria, homens agora dominam júri
DE SÃO PAULOO perfil do júri que avaliará o destino dos policiais militares réus do Massacre do Carandiru mudou radicalmente ontem em relação ao formado na semana passada, quando o julgamento teve início e foi adiado depois que uma jurada passou mal.
Seis homens e uma mulher foram sorteados para julgar os 26 PMs denunciados nessa parte do julgamento, formação considerada mais favorável aos policiais.
Na semana passada, o júri foi composto por cinco mulheres e dois homens, o que havia sido considerado mais favorável à acusação --mulheres, em geral, costumam ser vistas pelas partes como mais emotivas e propensas à defesa dos direitos humanos.
O sorteio dos novos jurados, obrigatório após o adiamento, foi feito sem a presença dos jornalistas. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, durante o sorteio, a defesa rejeitou duas mulheres e o Ministério Publico, três homens. Cada parte pode rejeitar até três pessoas sem ter que justificar.
De acordo com o Tribunal de Justiça, a maioria dos jurados tem entre 20 e 30 anos. No primeiro dia de júri, eles foram muitos participativos e fizeram perguntas a todas as testemunhas chamadas.
O comportamento dos 24 réus que se apresentaram no plenário também mudou em relação à semana passada.
Na última segunda-feira, antes do adiamento do júri, eles aparentavam descontração e riam entre eles. Ontem, estavam sérios --um deles passou as 11 horas de depoimentos segurando a Bíblia.
Hoje, devem ser ouvidas as testemunhas de defesa. Dez foram convocadas, entre elas o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho. (LM, RP E TB)