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Barco irregular afunda e mata 12 no Pará

Embarcação, com capacidade para 25 passageiros, transportava mais de 50 pessoas da ilha de Marajó para Belém

Dono do barco, que segundo a polícia não tinha a habilitação necessária, foi preso; advogado não quis falar

KÁTIA BRASIL DE MANAUS

"Me joguei e saí nadando até a beira do rio [Arari]. Tinha muitas árvores e me agarrei a elas. Havia muitas crianças e mulheres gritando. Pegamos o bote e saímos puxando as pessoas e colocando na beira do rioJosé Joaquim de Oliveira, 53pescador sobreviventeEle assumiu o risco transportando os passageiros em um barco superlotadoLuciano Cunha Guimarãesdelegado

O naufrágio de uma embarcação irregular e superlotada, ocorrido entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem, deixou pelo menos 12 mortos e nove feridos na ilha de Marajó, no Pará.

Segundo o Corpo de Bombeiros, 46 pessoas sobreviveram. As buscas foram iniciadas na manhã de ontem.

O barco "Iate Leão do Norte", com capacidade para 25 passageiros, estava irregular, por ter problemas na documentação para transportar passageiros, segundo a Capitania dos Portos da região, que não detalhou as falhas.

Segundo a Marinha, o acidente ocorreu por volta da 1h de ontem. Já a polícia diz que foi às 23h de anteontem.

O barco não tinha lista de passageiros. A Marinha apontou 13 mortos. Os bombeiros, que fazem as buscas, só confirmavam 12. O dono do barco, que segundo a polícia não tinha habilitação, foi preso sob suspeita de homicídio doloso (intencional) eventual.

"Ele assumiu o risco transportando os passageiros em um barco superlotado", afirmou o delegado Luciano Cunha Guimarães.

Luiz Acácio da Silva Lima, 42, disse à polícia que fazia uma curva no rio Arari quando o barco tombou para um lado. Segundo o delegado, ele não tem direito a fiança. O advogado dele não quis comentar a prisão.

A mulher e dois filhos de Lima também estavam no barco. Uma filha do casal, de três anos, está hospitalizada em Belém, em estado grave.

INVESTIGAÇÃO

As causas do acidente ainda estão sendo investigadas.

Na noite de ontem, um velório coletivo para os 12 mortos foi organizado no ginásio de esportes do município de Cachoeira do Arari.

Seis passageiros já prestaram depoimento e disseram que o barco tinha coletes salva-vidas, mas muitas pessoas não os usavam porque estavam dormindo no momento do naufrágio

O barco iniciou viagem com destino a Belém por volta das 5h de quinta-feira, em Chaves, na ilha de Marajó.

Após 60 km de viagem, a embarcação naufragou próximo ao porto do município de Cachoeira do Arari.

A Marinha afirmou que fiscaliza o transporte fluvial e cita como exemplo uma operação entre os dias 8 e 15, quando 75 embarcações foram inspecionadas e três foram apreendidas.


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