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Advogado agride e estrangula até a morte a mulher em Higienópolis

Sérgio Brasil Gadelha, 74, confessa crime à polícia e diz a advogado que tinha ciúme de Hiromi Sato, 57

Vítima foi encontrada ontem, morta, seminua, coberta de hematomas; assassinato ocorreu no apartamento do casal

LAURA CAPRIGLIONE DE SÃO PAULO

O advogado Sérgio Brasil Gadelha, 74, foi preso ontem de madrugada, acusado de matar a mulher, Hiromi Sato, 57. O crime aconteceu no sábado no apartamento do casal, no bairro de Higienópolis, centro de São Paulo.

À polícia, Gadelha (descrito no boletim de ocorrência como "de compleição forte", 1,76 metro de estatura e 78 kg) confessou a autoria do espancamento e estrangulamento que resultou na morte de Hiromi. Disse que o casal havia discutido muito na véspera do crime, mas que não esperava que a vítima morresse.

Por ter nível superior, Gadelha foi transferido ontem à tarde para a carceragem do 31º Distrito Policial, da Vila Carrão, zona leste, para onde vão detentores de diploma. No breve encontro que teve com os jornalistas, disse: "Estou muito abalado".

Assistente administrativa, Hiromi vivia com o viúvo Gadelha em um amplo apartamento de Higienópolis havia dois anos. Gadelha disse a seu advogado, Atila Pimenta Coelho Machado, que o motivo das agressões foi ciúme.

Hiromi, que vizinhos descrevem como frágil, simpática e gentil, teria, nas palavras de Machado, "reencontrado um ex-namorado tempos atrás e esse assunto voltou à baila na última semana".

HEMATOMAS

Quem primeiro chegou ao local foi a médica do Samu Gersoely Antoniazzi, que disse ter encontrado Hiromi já sem vida, seminua, coberta de hematomas por todo o rosto, boca, abdômen e canela. No chão do quarto, havia tufos de fio de cabelo.

Toalhas, travesseiro, edredom, lençóis e diversos panos foram encontrados na banheira, no quarto e na lavanderia, sujos com líquido escuro, "sangue ou não", segundo o boletim de ocorrência.

A filha de Gadelha, Juliana, viajava de carro para São Paulo, vinda de Florianópolis (SC), onde vive. Em São Paulo, embarcaria hoje com destino à Indonésia. No meio do caminho, ela recebeu o telefonema do pai, contando que havia batido em Hiromi.

Por volta da 1h de ontem, ao chegar ao apartamento, a filha chamou a polícia e o Samu. O sargento Marcelo Guilherme Moraes, da PM, que atendeu a ocorrência, disse à TV Record ter encontrado Gadelha "tranquilo, com as pernas cruzadas, assistindo televisão, como se nada tivesse acontecido".

Gadelha já foi condenado pelo Tribunal de Ética da OAB a duas suspensões de 30 dias (2005 e 2012), por ter recebido dinheiro em nome de clientes e não tê-lo entregue.

O advogado de Gadelha entrará hoje com pedido de revogação da prisão, para que ele aguarde em liberdade o julgamento. Alega que em nenhum momento seu representado tentou fugir, não coagiu testemunhas e não atrapalhou a produção de provas. Pelo crime de homicídio qualificado, Gadelha pode cumprir de 12 a 30 anos de prisão.


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