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'SP precisa reforçar lobby por Expo 2020'

Giuseppe Sala, CEO da Exposição de Milão, em 2015, diz que diferencial para ganhar são reuniões com quem toma decisões

Principais concorrentes de São Paulo na disputa são Dubai, nos Emirados Árabes, e Izmir, na Turquia

MORRIS KACHANI DE SÃO PAULO

Depois de Xangai, na China, em 2010, a próxima Exposição Universal acontecerá em Milão, daqui a dois anos.

Em competição acirrada, São Paulo, Dubai (Emirados Árabes) e Izmir (Turquia) --consideradas favoritas--, além de Ekaterinburgo (Rússia) e Ayutthaya (Tailândia), estão pleiteando a edição de 2020. A definição deve ocorrer em novembro.

A dica para a candidatura paulistana, de acordo com Giuseppe Sala, CEO da Expo Milão, é fortalecer o lobby.

"Além da elaboração de um dossiê completo sobre nossa candidatura, um de nossos maiores diferenciais foi o approach com os tomadores de decisão. Organizamos vários encontros e, dois meses antes do voto, criamos uma força-tarefa baseada em Paris para manter contato diário com os delegados da BIE", explica ele.

A BIE (Escritório Internacional de Exposições) é uma espécie de Fifa das exposições universais. Em escala e infraestrutura, as exposições são comparáveis a eventos globais como Copa e Olimpíada.

A edição milanesa tem orçamento de U$ 3,5 bilhões --U$ 1,7 bilhões provenientes dos cofres públicos; U$ 520 milhões de parcerias e patrocínio privados; e U$ 1,3 bilhão dos países participantes.

"Depois que recebemos a nomeação, nosso desafio foi de envolver o maior número de países estrangeiros através de uma intensa atividade diplomática --hoje já temos 125 adesões-- e buscar apoio da iniciativa privada", diz Sala.

Apenas para efeito de comparação, a verba para o projeto de São Paulo é de U$ 3 bilhões --outros U$ 9 bilhões estão previstos no orçamento e dizem respeito a obras de infraestrutura no entorno, como linhas de trem e avenidas.

"Apesar de vivermos um cenário político e econômico desafiador, tanto no contexto nacional como global, a Expo Milão é um evento que vai se financiar e gerar receitas", garante Sala. "Só a indústria do turismo terá ganhos de U$ 6,5 bilhões."

A expectativa, de acordo com ele, é de que o evento, com duração de seis meses, atraia 20 milhões de turistas.

Com longa tradição no assunto --a indústria da comida é a segunda maior do país e emprega meio milhão de trabalhadores--, a Itália escolheu o tema "Alimentando o planeta, energia para a vida" para o evento.

"A ideia é buscar soluções efetivas para problemas como a fome, a má nutrição e o controle de qualidade dos alimentos", explica Sala.

DIVISÃO TEMÁTICA

Um dos diferenciais do evento em Milão, de acordo com ele, é que pela primeira vez a divisão dos pavilhões será temática, e não geográfica.

O evento ocupará uma área de 1,1 km² --equivalente a um parque Ibirapuera e um estádio do Pacaembu, juntos--, com direito a um anfiteatro com 12 mil assentos, um auditório com 6.000 lugares e lago artificial.

As exposições mundiais entraram para a história entre a segunda metade do século 19 e começo do 20.

Em um tempo em que não havia televisão, parques temáticos e internet, constituíam uma oportunidade para que seus visitantes conhecessem culturas de países distantes, invenções ou as últimas novidades da área científica.

A torre Eiffel, por exemplo, é a "filha" mais ilustre das exposições universais. Foi inaugurada em 1889, como arco de entrada da edição parisiense. Grandes invenções foram expostas pela primeira vez justamente em exposições, como telefone (1876, Filadélfia) e televisão (1939, Nova York).

Hoje, as exposições universais ganharam novo status. Agregam turismo a um ambiente de negócios, visibilidade e intercâmbio de ideias.

CHANCES

Sobre as chances reais de São Paulo, Sala afirma:

"Difícil responder. São Paulo, Dubai e Izmir representam países-chave no contexto global. A Copa e as Olimpíadas serão os eventos-teste para o Brasil mostrar sua capacidade em lidar com a complexidade de eventos de grande escala".

Para ele, eventos deste porte são importantes para acelerar a implementação de projetos estratégicos e de infraestrutura. "Cidades e países que os sediaram passaram por profundas mudanças."

No caso de Milão, além do complexo de exibições, assinado pelo arquiteto Massimiliano Fuksas, estão sendo construídas novas linhas de metrô e estradas.

A zona noroeste da cidade, que receberá o evento, abrigou indústrias de manufatura e galpões no passado e hoje passa por um processo de remodelação urbana. Até a estreia do evento será inaugurado um itinerário de 100 km com ciclovia e via para pedestres em um canal fluvial.


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