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MEC desiste de atrelar pós de professor a nota de aluno
Ministério declara que decisão final caberá só a Estados e municípios
Medida teria como objetivo a melhora do desempenho de estudantes em ciências exatas e biológicas
O Ministério da Educação informou ontem que não vinculará a concessão de diplomas de pós-graduação para professores à melhoria das turmas desses docentes.
A pasta diz que o condicionamento será decidido por Estados e municípios.
Conforme a Folha informou, o Ministério da Educação lançará programa para tentar melhorar o desempenho de alunos e professores em matemática, física, química e biologia, nos ensinos médio e superior.
De acordo com o governo federal, um dos principais problemas na educação é a ausência de professores em tais disciplinas.
Com o projeto, o ministério pretende aumentar a quantidade de jovens interessados no magistério.
Uma das ações apresentadas pelo coordenador do programa, Mozart Neves, era a oferta de pós-graduação a professores da rede pública.
O diploma daria direito ao aumento salarial (progressão na carreira), mas só seria concedido se ficasse comprovado que seus alunos melhoraram.
Após a reportagem, o ministério disse, em nota, que "decisões nesse sentido caberão exclusivamente a Estados e municípios", pois o ministério "não tem gerência nas carreiras dos professores".
A ideia da vinculação, segundo Neves, é fazer com que os estudos do professor tenham impacto nas aulas.
Foram mantidas outras ações, como o incentivo a alunos do ensino médio a escolherem licenciatura nas áreas de exatas e biológicas.
Serão criados núcleos nas universidades em que os estudantes do ensino médio poderão começar a ter contato com o ensino superior.
Os núcleos contarão também com docentes da educação básica, pesquisadores e professores universitários, na tentativa de aproximar os estudos no ensino superior das falhas das escolas públicas.
A meta é chegar a 100 mil alunos, incluindo medalhistas em olimpíadas do conhecimento, que ganharão bolsa-auxílio, paga pela União.
O programa do ministério dependerá da adesão de Estados e cidades, responsáveis pelos alunos e professores dos ensinos fundamental e médio.