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Nuvem de inseticida intoxica 36 crianças em escola de Goiás

Produto químico utilizado em plantação de milho foi despejado de avião na zona rural de Rio Verde

Bombeiros dizem ainda não ser possível apontar se houve falha do piloto; agrotóxico causou coceira e náusea

DANIEL CARVALHO DE SÃO PAULO

Um avião usado para pulverização de agrotóxicos sobrevoou uma escola na zona rural de Rio Verde, sudoeste de Goiás, e acabou intoxicando 36 crianças e dois professores na manhã de ontem.

No momento da emissão da "nuvem" de inseticidas, por volta das 10h, 122 crianças estavam na Escola Municipal Rural de São José do Pontal, localizada em um assentamento agrícola e que foi fechada após o acidente.

Alunos e professores foram hospitalizados com coceira, náuseas, dor de cabeça, formigamento nos braços e falta de ar. À tarde, após um período em observação, todos já haviam sido liberados.

O inseticida que era pulverizado pelo avião em uma lavoura de milho foi o Engeo Pleno. Segundo informações do fabricante do produto, é "mediamente tóxico" e pode causar "leve irritação ocular".

O coronel Cleber Candido de Oliveira, comandante do Corpo de Bombeiros de Rio Verde, disse que ainda não é possível apontar a causa da intoxicação de alunos e professores da escola.

Segundo ele, vai ser investigado se houve falha do piloto da aeronave ou se o inseticida despejado na plantação foi carregado pelo vento.

O local foi temporariamente interditado. "Não tem como ter aula agora. A Defesa Civil foi para o local para ver o nível de contaminação da escola", disse o coronel.

A Aerotex Aviação Agrícola, dona do avião, disse estar apurando as causas do incidente, mas descartou a possibilidade de falha técnica. "Não houve derramamento de inseticida sobre a escola", disse a empresa, em nota.

Técnicos da Defesa Civil e da Agrodefesa (Agência Goiana de Defesa Agropecuária) fizeram vistoria no local na tarde de ontem para verificar se a escola mantinha sinais de contaminação e quando poderá ser reaberta.

Até o início da noite, não havia uma conclusão da perícia, segundo o Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso.

INÉDITO

De acordo com o Corpo de Bombeiros, essa foi a primeira vez em 20 anos que tantas pessoas foram intoxicadas de uma só vez por agrotóxicos na região.

Segundo o coronel Oliveira, são mais comuns casos de intoxicação de funcionários que não usam equipamento de proteção para manejo dos inseticidas.

Ele diz também haver relatos de contaminação de motoristas que passam pelas estradas próximas às lavouras no momento da dispersão dos produtos químicos.


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