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Célia Guimarães Orlandi (1924-2013)

Manteve-se sempre fiel ao piano

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

No início da década de 50, Célia Guimarães Orlandi decidiu se casar, mas seu pai foi contra. Ele queria que a filha se mantivesse fiel --ao piano.

Filha de uma dona de casa e de um pianista, Célia nasceu numa fazenda em Cravinhos (SP), mas cresceu em Bauru (SP). O pai costumava percorrer fazendas afinando pianos e, como na época os cinemas eram mudos, tocava acompanhando as projeções.

Aos 12, a menina já dava recitais. Assim como os três irmãos, aprendeu música em casa, e os estudos eram severos.

Mas o casamento com o mineiro Ugo Orlandi aconteceu. Ele, que viajava vendendo produtos como manteiga Aviação, conheceu Célia ao passar por Bauru a trabalho.

Poucos anos após a união, o pai, temendo que a filha largasse a música, presenteou-a com um piano de cauda. Só que os filhos foram nascendo: cinco, um atrás do outro.

Em 2 setembro de 1968, aos 47 anos, Ugo, o marido, teve de passar por um transplante de coração. Foi o segundo realizado no Brasil, pela equipe do médico Euryclides Zerbini.

No ano seguinte, aos 45, Célia ficou viúva. O marido viveu apenas um ano, um mês e 13 dias com o novo coração.

Assumiu, então, a parte de Ugo na Angra Produtos da Pesca Ltda., em São Paulo. Depois, quando o negócio fechou, tornou-se corretora de imóveis.

Era risonha, carismática, vibrante e destemida, como conta a filha Ifigênia. Nunca parou com o piano. Participava de saraus com amigos e, aos 80, gravou um CD e um DVD.

Na terça (30), na volta de um evento, bateu o carro num guindaste, a três quarteirões de casa. Morreu aos 88 anos. Teve cinco filhos e oito netos.


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