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Hospitais que atendem ao SUS vão pedir R$ 7,8 bi para cobrir deficit

Em movimento encabeçado por Santas Casas, instituições querem dobrar repasses anuais do governo

Grupo vai a Brasília para pressionar Dilma por mais recursos na saúde; governo deve perdoar dívidas fiscais

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

Hospitais que atendem ao SUS vão pedir que o governo federal injete R$ 7,8 bilhões anualmente para cobrir o deficit acumulado pelo setor.

O valor, na prática, dobraria os repasses às instituições pela tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) e equivale ao que é gasto no programa Saúde da Família (R$ 8,1 bilhão, com equipes que atuam em ações de prevenção e recuperação).

O movimento será encabeçado pelas Santas Casas, que têm a maior dívida do setor: R$ 15 bilhões, segundo a confederação desses hospitais.

O plano do grupo é ir a Brasília neste mês para pressionar a presidente Dilma Rousseff (PT) e a equipe econômica a elevar recursos para o setor da saúde.

"Queremos dinheiro a fundo perdido porque essa dívida não é nossa. Ela foi criada pela defasagem entre a tabela do SUS e os nossos custos", diz Júlio Matos, da federação gaúcha. Exemplo de defasagem: o SUS paga R$ 515,72 por uma cirurgia de apêndice que custa R$ 2.956,15, de acordo com a confederação.

"Estamos na iminência de um colapso. Só o perdão da dívida tributária não resolve", afirma Mattos.

O país tem 2.100 Santas Casas e hospitais filantrópicas, que atendem 50% dos pacientes do SUS.

Segundo Edson Rogatti, presidente da federação paulista das Santa Casas, a Saúde faz planos há mais de um ano, mas eles não são suficientes para conter a crise.

O governo prepara medida provisória para perdoar dívidas fiscais de R$ 4,8 bilhões desde que os hospitais paguem em dia o INSS e o FGTS retidos dos trabalhadores.

Pelo plano, a cada ano que a instituição pagar os tributos em dia, será perdoado um ano de débitos antigos. A proposta é bem-vista pelo setor.

Já a ideia de que o BNDES empreste recursos aos hospitais filantrópicos, a juros que são um terço dos praticados por bancos privados, agrada a Santa Casa de São Paulo e outros 150 hospitais, mas é considerada inviável pela maioria.

A Santa Casa de São Paulo e cerca de 150 instituições aceitariam recursos do BNDES porque atendem um volume grande de planos de saúde e têm mais recursos.

O médico e especialista em financiamento de saúde Gilson Carvalho diz que a lei que criou o SUS, em 1990, prevê preços justos, pagos em dia, e defende a correção.

Mas, diz ele, a correção linear em 100% é um erro. "É preciso uma auditoria nessa tabela. Tem procedimento que é preciso elevar 10 dezes e outros que são mais bem pagos que o seguro saúde".

Os hospitais filantrópicos afirmam não aceitar o estigma de que a dívida gigante é resultado de má administração. Segundo Brito, um hospital federal gasta seis vezes mais que uma Santa Casa.


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