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Bombeiros citam riscos na Feira da Madrugada

Relatório será usado pela prefeitura para tentar fechar centro de compras

Laudo pede 17 medidas e diz que rotas de fuga estão comprometidas; comerciantes do Brás fizeram mutirão ontem

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

Com base num relatório do Corpo de Bombeiros que aponta riscos de incêndio, a prefeitura vai recorrer de decisão da Justiça Federal que manteve a Feira da Madrugada em funcionamento no Brás, no centro de São Paulo.

Ontem, a corporação enviou um relatório à prefeitura informando que as mudanças "estabelecidas pela liminar da Justiça Federal são insuficientes para a garantia de segurança da integridade física de comerciantes e frequentadores".

A Justiça Federal derrubou a decisão da prefeitura de fechar a feira anteontem, no primeiro revés judicial da gestão Fernando Haddad (PT) desde o início do mandato.

O prefeito determinou na semana retrasada o fechamento do centro de compras devido ao risco de incêndio.

O local, que recebe cerca de 25 mil clientes por dia, é considerado o maior shopping center a céu aberto da América Latina.

Haddad seguiu orientação do Ministério Público, que apresentou laudo dos bombeiros apontando falta de extintores de incêndio, hidrantes e saídas de emergência no espaço que tem 4.571 boxes.

Para o juiz Victorio Giuzio Neto, o fechamento da feira às vésperas do Dia das Mães, comemorado no próximo domingo, poderia provocar "eventual conflito entre a PM e os ocupantes".

Ele determinou que sejam retirados até hoje materiais inflamáveis, como botijões de gás e lonas do espaço de 176 mil metros quadrados.

Também terão que ser feitas saídas de emergência e instaladas placas sobre a localização de equipamentos de combate a incêndio.

ROTAS DE FUGA

O relatório elaborado pelo Corpo de Bombeiros e entregue à prefeitura indica a necessidade de 17 tarefas a serem cumpridas. Para isso, segundo o laudo, é necessário que o espaço comercial esteja desocupado.

Segundo o documento, as rotas de fuga para casos de emergência, como um incêndio, por exemplo, estão comprometidas.

Será necessário instalar novos hidrantes, readequar a localização de extintores, fazer novo sistema de iluminação de emergência, instalar sinalização de rotas de fuga e refazer as instalações elétricas e hidráulicas.

As associações de comerciantes iniciaram a instalação de novos hidrantes e extintores ontem, num mutirão organizado às pressas.

O Corpo de Bombeiros diz que há alto risco de incêndio no local, o que motivou o fechamento. Donos de boxes defendem que a feira funcione durante a reforma. A previsão é que a feira volte ao normal nos próximos dias.

O possível fechamento da feira causou outro efeito e quem lucrou com isso foram donos de galerias comerciais na região, que cobraram valores altos para ceder espaços comerciais.

"A gente quer trabalhar, mas para alugar um boxe num centro comercial bom por um ano tem que pagar R$ 100 mil de luvas. Impossível", disse ontem o comerciante Marcos Schulz, 44, que atua há três anos ali.


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