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Obras que evitariam pane em trens da CPTM atrasam

Modernização na rede esbarra em reformas que ainda não acabaram

Atrasos superam dois anos em algumas linhas; empresa diz que recursos são usados de maneira eficiente

FELIPE SOUZA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Atrasos, lentidões e outros problemas enfrentados com frequência nos últimos meses em trens da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos) poderiam ter sido amenizados se obras essenciais não estivessem atrasadas há mais de dois anos, algumas sem previsão de retomada.

São 12 obras, com atraso médio de um ano e oito meses, destinadas a modernizar trilhos, vias aéreas e sistemas de energia, um dos problemas crônicos da rede hoje, cheia e sobrecarregada.

Elas ocorrem nas linhas 7-rubi (Luz-Francisco Morato), 8-diamante (Júlio Prestes-Itapevi), 9-esmeralda (Osasco-Grajaú), 10-turquesa (Brás-Rio Grande da Serra) e 11-coral (Luz-Guaianazes-Estudantes), esta a mais movimentada da rede.

Só na semana passada, duas falhas no fornecimento de energia atrapalharam a circulação de trens em São Paulo, nas linhas 7 e 11.

Elas se devem ao fato de a oferta de energia não ser suficiente para a demanda e por desgaste das redes aéreas que levam energia aos trens.

FALHA

Na quarta, a Folha estava na linha 11 no momento de uma falha, em uma subestação de energia em Calmon Viana, em Poá (Grande SP), que afetou a circulação de trens por 50 minutos.

Dependem dessa linha os passageiros que vivem em cidades e bairros da região leste e trabalham em São Paulo.

O trem em que estava Thais Vigiano, 25, levou uma hora e 11 minutos de Guaianazes à Luz, o dobro do normal -algo comum, diz. "Já passei mal por falta de ar."

São duas as obras de reformas em vias aéreas e trilhos na linha 11. Uma está atrasada há dois anos e três meses; a outra, há 39 dias.

Problemas de energia também afetam a linha 9, paralela à marginal Pinheiros.

Nela, uma obra em um sistema que repara à distância falhas em subestações de energia excedeu em 492 dias o prazo: deveria terminar em janeiro de 2012, mas a nova previsão é janeiro de 2014.

A CPTM diz que as ocorrências "notáveis" (mais graves), que exigem ônibus para levar passageiros no trecho em que a viagem de trem está interrompida, caíram de 49, em 2010, para 28, em 2012. Mas as falhas de energia graves passaram de cinco para dez.

Se estivessem concluídas, as obras diminuiriam o número de interrupções, colaborariam para minimizar o intervalo entre os trens.

Professor da Escola Politécnica da USP, Telmo Giolito Porto diz que melhorar o fornecimento de energia na rede é fundamental. Há mais trens em funcionamento hoje do que no passado, o que eleva o consumo de energia e desgasta a rede aérea.

Mas Porto pondera que a CPTM não pode ser culpada de tudo. "As falhas da ferrovia e do transporte urbano têm origens no tempo, devido à falta de investimentos nos últimos 20 anos do século 20, equipamentos com idades e origens diferentes etc."


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