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Norma para socorro de ferido na rua volta a valer

Justiça derruba liminar que suspendia resolução do governo sobre resgate por PMs

Agora, secretário diz que policiais militares podem, em último caso, resgatar vítimas de crimes violentos

LAURA CAPRIGLIONE DE SÃO PAULO

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, derrubou ontem a liminar (decisão provisória) que suspendia resolução da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, sobre o socorro policial a vítimas de lesões corporais graves.

Na terça-feira, o juiz Marcos Pimentel Tamassia decidiu suspender a resolução, por entender que ela proibia os PMs de atenderem esse tipo de vítima.

Sartori acolheu a interpretação da secretaria, segundo a qual a resolução "em nenhum momento impede o socorro imediato, se for o caso".

Com a decisão de Sartori, volta a valer a resolução publicada em janeiro pelo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira.

Polêmica desde o início, a resolução prevê que o atendimento a vítimas de lesões graves seja prestado por socorro especializado, como o Samu ou o Resgate do Corpo de Bombeiros.

Na prática, policiais aplicaram à resolução o entendimento de que estavam proibidos de socorrer vítimas.

Ontem, em entrevista coletiva convocada para tentar esclarecer de uma vez por todas o imbróglio sobre a atuação da PM em casos de lesões graves, o secretário disse que, após a publicação da resolução, produziu-se um Procedimento Operacional Padrão (POP) que orienta os policiais sobre como se portar.

REGRA ESCRITA

A quinta revisão do POP, feita três meses depois da resolução, diz: "na ausência dos meios indicados, o socorro poderá ser providenciado pelos policiais militares". Isso não era nem sequer mencionado no texto da resolução.

Grella disse que não pretende recuar. Para ele, a resolução já é responsável "por uma queda de 40% no número de mortes decorrentes de ação policial". Ele disse que a resolução (por priorizar a preservação da cena dos crimes), "permitiu mais prisões e mais crimes esclarecidos, o que coibiu os abusos".

A Folha ouviu de um oficial graduado, na condição de não identificá-lo, que o secretário insiste na resolução porque seria a forma de evitar que maus soldados, forjando o resgate de um suspeito ferido, "acabassem de matar dentro da viatura" ou ficassem "passeando" com ele, de modo a retardar o socorro.

O secretário citou a prisão em sua gestão de 40 policiais suspeitos de participação em chacinas. Mas negou a existência de grupos de extermínio no interior da PM, como acusam entidades de defesa dos direitos humanos.

"São situações isoladas", disse. "O importante é que há a disposição manifesta de investigar todas as denúncias que surgirem."


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