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Homicídios têm queda de 4,2%, mas outros crimes sobem em SP

Casos de latrocínio, furto e estupro registraram crescimento em todo o Estado no mês de abril

Redução é resultado de mais policiamento, diz secretário; taxa de homicídios continua acima da meta estadual

DE SÃO PAULO

Após oito meses de seguidas altas nos casos de homicídios dolosos (intencionais), o Estado de São Paulo conseguiu registrar sua primeira queda nesse índice.

Comparando abril deste ano com o mesmo mês de 2012, a redução foi de 4,2%.

Em números absolutos, a diferença foi de 16 casos (eram 379 e agora são 363), ou sete vítimas (393 contra 386). Em uma mesma ocorrência de homicídio pode haver mais de um assassinado.

Por outro lado, quase todos os outros crimes tiveram aumento. Os que chamam a atenção são o latrocínio (roubo seguido de morte), com 9,1% a mais, estupro (14,1%), furto (6,4%), roubo (4,6%) e furto de veículo (5,2%).

Os dados foram divulgados ontem pelo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira. Essa foi a primeira vez que o secretário concedeu entrevista coletiva sobre as estatísticas criminais desde que assumiu o cargo, em novembro passado.

PRESENÇA

Segundo Grella, a redução dos casos de assassinatos aconteceu principalmente porque a polícia tem sido mais presente nas ruas e conseguiu prender um número maior de suspeitos, batendo recordes de produtividade.

Em abril, foram detidas 13.369 pessoas. Desde janeiro, conforme os dados, foram mais de 51 mil prisões.

Apesar de o governo comemorar a redução dos assassinatos, no acumulado do ano, de janeiro a abril, São Paulo ainda tem uma alta de 6,5%.

A taxa de homicídios por 100 mil habitantes atualmente é de 11,66. O índice ainda está acima da meta almejada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que é de 10 por 100 mil habitantes.

DIVIDINDO ATENÇÃO

Para especialistas ouvidos pela Folha, a redução dos homicídios é um sinal positivo, mas isso não significa que o combate aos outros crimes deva ser deixado de lado.

"Se só colocar polícia na rua funcionasse, todos os crimes teriam redução. A lógica usada pelo governo deveria valer para os outros crimes, mas não é o que vem ocorrendo", avaliou o diretor da ONG Conectas Direitos Humanos, Marcos Roberto Fuchs.

"Quando a política de segurança voltada para o homicídio dá certo, possivelmente as outras também darão. Mas esse é um resultado que veremos em médio ou longo prazo", afirmou o sociólogo Ignacio Cano, da Universidade do Estado do Rio.

Sobre o aumento do latrocínio, Grella disse que isso ocorreu devido a ciclos da criminalidade, que costumam migrar de áreas.

Em relação ao estupro, o secretário disse que, antes, poucas pessoas registravam o delito e, agora, denunciam.

Para tentar melhorar os índices, o secretário está reformulando várias delegacias.

"A política de segurança é um processo, não é uma obra acabada. Ainda temos muito o que melhorar, muito o que nos esforçar", disse Grella.


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