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Iça Gubeisse (1924-2013)

O 'gerentão' da venda de anúncios

ESTÊVÃO BERTONI MARIANNA ARAGÃO DE SÃO PAULO

Iça sorrindo com Julio Iglesias. Iça ao lado de Tony Bennett. Iça com Chacrinha ou Renato Aragão. Com todos eles Iça Gubeisse, profissional da área comercial desta Folha que desde os anos 70 negociou anúncios para filmes, peças e shows, tinha uma foto.

As imagens ficavam na parede ao lado de sua mesa de trabalho. Uma das que mais gostava era a que aparece com o ator Jean-Claude Van Damme, cujos filmes apreciava.

Filho de imigrantes sírios, nasceu em São Paulo, mas, dos três aos oito anos, viveu na terra dos pais. De volta, começou aos 13 como office-boy na "Gazeta Esportiva", à noite. De dia, trabalhava na área comercial de uma loja de tecidos na 25 de Março, onde se aposentou.

Fanático pelo time da Portuguesa, chegou a fazer um programa na rádio Panamericana, chamado "Rubro Verde".

Nesta Folha, onde desde 1977 estava registrado como contato (profissional que negocia espaços publicitários), trabalhou até o final dos anos 90. Ao se aposentar, porém, não parou de ir à empresa.

Saía de casa às 3h30 e era o primeiro a chegar ao escritório. "O grande estímulo da vida dele era vir para cá", conta Antonio Carlos de Moura, diretor comercial da Folha, que o descreve como "gerentão".

Folheava os jornais e, se algum anúncio grande tinha saído só na concorrência, cobrava os colegas.

Gostava de apostar em cavalos, mas nunca com exagero, como conta a filha, Lidia.

No começo do mês, vinha para a Folha quando caiu na rua e quebrou o fêmur. Teve problemas renais. Morreu na quarta (29), aos 88. Deixa a mulher, três filhos e três netos.


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