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Ilustrada - em cima da hora

Gugu Liberato deixa Rede Record ainda na metade de seu contrato

Saída do apresentador está decidida, mas o modelo da rescisão deve ser resolvido nos tribunais

Salário de R$ 3 milhões por mês e desempenho fraco na audiência causaram pressão dos dirigentes da emissora

RICARDO FELTRIN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após quatro anos de contrato na Record, e com mais quatro por cumprir, Gugu Liberato e a direção da emissora decidiram que ele deixará a empresa depois de apresentar seu último programa, no próximo domingo.

A Record não quis se pronunciar, e tampouco o apresentador, sobre qual será o modelo de rescisão contratual. É provável que a disputa entre apresentador e a TV acabe nos tribunais.

Dirigentes da Record vinham, havia pelo menos um ano, exigindo melhor desempenho do artista na audiência e no faturamento. Seu programa oscilava entre cinco e oito pontos na Grande São Paulo (cada ponto equivale a 62 mil domicílios sintonizados); chegou a registrar 13 pontos, um recorde, semanas atrás.

Uma parte dos dirigentes da Record, porém, ligada à ala mais radical da Igreja Universal (especificamente a liderada pelo bispo Romualdo Panceiro), também não se conformava com o salário mensal de R$ 3 milhões para Gugu. No ano passado, a emissora chegou a propor redução salarial, que ele não aceitou.

Nos últimos seis meses, a direção começou a fazer cortes na produção do "Programa do Gugu". Estima-se que a atração tivesse um custo total de R$ 4 milhões mensais (sem contar o salário do apresentador). Nesse montante estavam incluídos salários da equipe e gastos com os quadros mais importantes, como o que o dá casas para pessoas pobres ou leva outras de volta para sua terra natal.

Sem verba de produção, Gugu ficou de mãos amarradas e impossibilitado de fazer o programa que queria. Segundo a Folha apurou, o contrato assinado com a Record previa verbas específicas para a realização dos quadros ao gosto do apresentador.

Após fecharem o "acordo da saída" esta semana, dirigentes da Record sugeriram que fosse feito o anúncio em uma entrevista coletiva com a participação da cúpula da emissora, para transmitir a imagem de rompimento amigável. Porém, um indício de que há um virtual litígio em andamento é o fato de a Record ter se recusado a confirmar a saída de Gugu. A emissora esperava que o apresentador fizesse esse anúncio.

Por trás do "jogo de espera" está a eventual esperança de criação de "provas" judiciais que as partes poderiam usar futuramente. Se Gugu fizesse tal anúncio, a Record poderia alegar que a rescisão partiu dele. Por isso nenhuma declaração foi dada até agora por nenhuma das partes.

MUDANÇA DE ARES

Gugu, 54, foi contratado em meados de 2009 como grande arma na guerra que a Record trava (até aqui de forma inglória) contra a Globo.

Embora não estivesse descontente com o SBT, ele achou que deveria "mudar de ares", após trabalhar com Silvio Santos desde os 14 anos.

Gugu assinou em 2009, mas só deveria estrear na Record no ano seguinte. Silvio Santos o estimulou a ir logo para a nova casa, sem cobrar multa.

Além do programa dominical, Gugu tinha a promessa de comandar um "talk show" no canal UHF Record News. Menos de um ano após a contratação, isso foi descartado.

Começaram então as primeiras cobranças --não só por audiência, mas também por novos anunciantes.

Especula-se que Rodrigo Faro será transferido para os domingos. Ontem, funcionários ironizavam nos bastidores da Record que a emissora sempre poderá, em último caso, exibir o "Pica-Pau".


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