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Novo ato contra tarifa faz até colégio fechar mais cedo
Pelo segundo dia, grupo sai às ruas, picha ônibus, fecha vias e assusta comércio
Marginal Pinheiros foi interditada e lentidão chegou a 226 km em SP; PM usou bombas de gás para dispensar protesto
O segundo dia de protestos contra a elevação da tarifa de ônibus, metrô e trens voltou a interditar vias importantes de São Paulo e a provocar tensão em áreas nobres --a ponto de um colégio particular encerrar as aulas mais cedo.
Após cenas de vandalismo anteontem na região central, uma nova passeata levou comerciantes a baixarem portas, empresas a dispensarem funcionários e uma escola de Pinheiros a convocar os pais para buscar os alunos antes.
Durante mais de cinco horas, os manifestantes saíram do largo da Batata e chegaram a bloquear vias como a Brigadeiro Faria Lima e até a marginal Pinheiros, agravando os congestionamentos --que atingiram 226 km, terceira maior lentidão do ano.
Eles também voltaram a ocupar faixas da avenida Paulista e a repetir cenas de vandalismo como pichação de ônibus e pontos --sem a mesma intensidade da destruição do dia anterior, quando entradas de estações foram apedrejadas e lixeiras foram incendiadas.
A PM jogou bombas de gás para dispersar os manifestantes da marginal Pinheiros, onde eles ocuparam as duas vias, sentido Castelo Branco.
Mas também chegou a negociar com líderes para a ocupação parcial de vias, com escolta da PM, quando a passeata chegou à Paulista, às 22h.
No percurso do ato, estabelecimentos como a pizzaria Bráz e os restaurantes Ruella e América baixaram as portas. Segundo a PM, a manifestação ontem reuniu em torno de 5.000 pessoas.
O reajuste da tarifa do transporte, de R$ 3 para R$ 3,20, entrou em vigor no domingo e ficou abaixo da inflação. O aumento foi decidido pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O protesto foi organizado pelo Movimento Passe Livre, liderado por estudantes e com integrantes de alas de partidos de extrema esquerda.
Eles prometem um novo protesto na cidade na próxima terça-feira, às 15h, novamente na avenida Paulista.
AULAS
Hélio Marcos Toscano, diretor do colégio Palmares, de Pinheiros, contou que decidiu antecipar em uma hora a saída dos alunos pelo temor de que cenas de confronto do dia anterior se repetissem.
"Como não tínhamos segurança da dimensão que isso poderia tomar, resolvemos garantir tranquilidade de pais e alunos", afirmou.
A fonoaudióloga Ana Barion, 39, só conseguiu buscar a filha de nove anos às 17h, pouco antes do protesto. "Fiquei preocupada. Protestar é justo. Quebrar tudo, não."