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Manifestação contra a violência reúne 500 em Alto de Pinheiros
EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULOBalões brancos lançados ao céu azul de outono marcaram a manifestação coletiva pela paz ontem de manhã em Alto de Pinheiros, bairro nobre da zona oeste de SP.
Aproximadamente 500 pessoas, incluindo amigos e parentes de vítimas da violência, se reuniram com mensagens pedindo segurança e deram um abraço simbólico em uma praça para pedir atenção das autoridades.
No meio do grupo, familiares e amigos da dentista Cinthya Moutinho, 46, queimada viva em abril durante assalto ao seu consultório em São Bernardo do Campo (SP).
Alunas do colégio Sion, de Higienópolis, ainda leram um texto para lembrar a morte de Eduardo Paiva, 39, funcionário do colégio assassinado em um assalto na calçada da escola, na semana passada.
Um dos idealizadores do ato, o representante comercial Décio Galiano Júnior, 41, amigo do dentista Alexandre Gaddy, 41, queimado em seu consultório em maio, lembrou casos de violência dos últimos dias na cerimônia.
A morte do dentista, que vivia em São José dos Campos (SP), porém, ainda é investigada. De acordo com a polícia, ainda não há qualquer evidência de latrocínio (roubo seguido de morte).
O ato de ontem lembrou o assalto ao analista financeiro Marcos Gonçalves da Silva, 41, queimado dentro de seu carro na noite da última sexta-feira, na zona sul, após dizer que tinha apenas R$ 100 para dar aos bandidos.
"Ninguém acordou cedo em um domingo para estar aqui por nada. Precisamos ser ouvidos. Não sabemos se vamos voltar para casa", afirmou Galiano Júnior.
O ponto alto da discussão ocorreu quando a estudante Mariana Pires, de apenas 14 anos, leu um texto dela.
"Não é dessa maneira que eu quero ter uma vida. Pode ser que hoje eu não perceba isso, mas daqui a uns anos, quando eu entrar em uma faculdade, talvez começar a trabalhar, eu não quero ser uma pessoa que carrega medo", diz um trecho da mensagem.
O ato ocorreu em frente ao colégio Rainha da Paz, onde Galiano Júnior e o amigo Gaddy estudaram na infância.
