Folha de S.Paulo

Haddad atribui rejeição ao aumento da tarifa de ônibus

DE PARIS DE SÃO PAULO

O prefeito Fernando Haddad (PT) atribuiu ao aumento da tarifa de ônibus --de R$ 3 para R$ 3,20-- a piora em sua avaliação à frente da administração municipal.

Pesquisa Datafolha mostrou que, entre abril e junho, subiu de 14% para 21% a proporção de moradores de São Paulo que considera ruim ou péssima a gestão Haddad.

Ele disse que vai monitorar de Paris (onde está ao lado do governador tucano Geraldo Alckmin) a terceira manifestação em seis dias contra a elevação das tarifas do transporte, marcada para hoje à tarde na av. Paulista.

Segundo ele, a Polícia Militar e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) estão acionadas para tentar impedir novas depredações e congestionamentos, como os ocorridos na semana passada.

Haddad e Alckmin estão na capital francesa para apresentar a candidatura de São Paulo à sede da Expo 2020, terceiro maior evento do mundo em atração de turistas, depois da Copa do Mundo e da Olimpíada.

Com a viagem de Alckmin, Guilherme Afif Domingos (PSD) assumiu a cadeira.

Haddad anunciou um esquema especial da prefeitura para acompanhar o ato.

"Temos uma sala de situação montada. A vice-prefeita [Nádia Campeão, do PCdoB] permaneceu em São Paulo para acompanhar o evento em tempo real, caso seja necessária alguma tomada de decisão. ("¦) Vou acompanhar permanentemente", disse.

Indagado sobre a viagem coincidir com o novo protesto organizado pelo Movimento Passe Livre, afirmou que a cidade poderia ter prejuízo se as autoridades não defendessem a candidatura à Expo 2020.

Nádia Campeão cancelou sua ida a Paris por causa do protesto. A ida dela havia sido anunciada no "Diário Oficial" da semana passada.

Na ausência dela, o presidente da Câmara, José Américo (PT), seria o prefeito entre hoje e amanhã. Américo deu apoio ao Passe Livre na gestão Gilberto Kassab (PSD), quando o grupo também protestou contra a tarifa.

DATAFOLHA

Sobre a pesquisa, Haddad afirmou que sua avaliação "é a melhor da série histórica". "O crescimento da rejeição ocorreu em uma semana em que foi anunciado um aumento da tarifa, que é sempre um assunto muito delicado."

São Paulo disputa a Expo 2020 com Dubai (Emirados Árabes Unidos), Izmir (Turquia), Ayutthaya (Tailândia) e Ekaterinburg (Rússia). Segundo o prefeito, o evento deverá movimentar US$ 6 bilhões em investimentos.