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Erotides Leis (1929-2013)

Pica-pau, centroavante da várzea

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Com o punho cerrado sob o queixo, Erotides Leis reproduzia fielmente o som do pica-pau martelando a madeira com o bico. Por isso, desde meninote começaram a chamá-lo pelo nome da ave.

Pica-Pau foi um paulistano nascido em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, neto de italianos e filho de um pedreiro e de uma funcionária de uma fiação. Aos 14 anos, entrou para as Indústrias Matarazzo, onde passou a trabalhar com mecânica.

Foi lá que ele conheceu Irene --que à época também tinha 14 anos-- e com ela se casou oito anos depois, em 1951.

Antes do casamento, porém, ele já tinha saído da empresa. Como ferramenteiro, passou pela Vasp, Arno e Ford, onde ficou por 25 anos. Após se aposentar, ainda prestou serviços para a fábrica.

Morador do Tatuapé, na zona leste da capital paulista, era um corintiano apaixonado por futebol. Mas não costumava assistir aos jogos de seu time não, como lembra Irene, 84. O negócio de Pica-Pau era o futebol de várzea, no qual se destacou como centroavante bom de cabeceio.

Jogou por muito tempo no Rubro Verde e no Leão do Norte, entre outros times, até pouco mais de 50 anos, segundo a mulher. Irene conta que às vezes ia assistir aos jogos, especialmente quando o marido e os companheiros de equipe se vestiam de mulher e disputavam as partidas em trajes femininos, durante o Carnaval. "Era um brincalhão."

Aos domingos, deixava a mulher na igreja e ia para o clube ver um pouco de futebol.

Morreu na terça (28/5), aos 83 anos, devido a um câncer de fígado. Teve três filhos, sete netos e uma bisneta.


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