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Trecho de obra da Copa será refeito em Mato Grosso
Viaduto de R$ 23 milhões do VLT tem falhas estruturais em pilar e pode ser parcialmente demolido, diz governo
Consórcio responsável pela obra nega erro de cálculo e afirma que não haverá impacto no cronograma de entrega
Uma das obras de mobilidade mais polêmicas do pacote da Copa-2014, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá (MT) terá que ter um trecho refeito, justamente a parte mais avançada do equipamento de R$ 1,4 bilhão.
Um viaduto de 428 metros orçado em R$ 23 milhões tem falhas estruturais em um pilar e corre o risco de ser parcialmente demolido. Identificado há cerca de um mês, o problema foi reconhecido somente ontem pelo Estado.
"Houve um erro não só de projeto, mas principalmente de execução. Estamos decidindo se o pilar será demolido ou se será feita apenas uma correção. Do jeito que está, não pode", disse o secretário Maurício Guimarães, da Secopa de Mato Grosso.
Segundo ele, o prejuízo --ainda não estimado-- será bancado pelo consórcio responsável pela obra.
A obra do VLT de Cuiabá inclui ainda três pontes, quatro viadutos, 32 estações de passageiros e dois pátios de manutenção, entre outros.
A construção, a mais cara da história do Estado, foi licitada e contratada sem projeto, por meio do RDC (Regime Diferenciado de Contratação), que flexibilizou regras visando acelerar obras da Copa e da Olimpíada de 2016.
O início da construção chegou a ser adiado por duas vezes em 2012 pela Justiça Federal, a pedido do Ministério Público. A Procuradoria diz que a obra é "inviável" pelo fato de "não haver possibilidade" de ficar pronta no prazo nem de "cumprir os custos estabelecidos".
OUTRO LADO
O consórcio VLT Cuiabá, liderado pelas empresas CR Almeida, Santa Bárbara e CAF, negou erros de "cálculo estrutural" e disse que não haverá impacto no cronograma.
Um dos pilares que sustentam as vigas pré-moldadas do viaduto ficou menor do que os outros, com menos concreto. Segundo o consórcio, a obra "permanece com total segurança" e deve ser concluída até agosto.
O secretário da Copa de MT descarta que a falha tenha sido resultado da combinação das novas regras do RDC com um cronograma apertado. "O governo jamais abriu mão da qualidade do que foi contratado", disse Guimarães.
No mês passado, houve episódio semelhante nas obras da Copa em Belo Horizonte. Uma estação do BRT (sistema rápido de ônibus) que já estava pronta foi demolida --a prefeitura, que contratou a obra, disse que era apenas um "protótipo".