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Mário Lameirinhas (1920-2013)

Um pagador da estrada de ferro Sorocabana

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

A responsabilidade era grande, e o trabalho, arriscado. A sorte de Mário Lameirinhas era que, "naquela época, não tinha tanto assalto", como conta a filha Solange.

Funcionário da estrada de ferro Sorocabana desde os 17 anos, Mário tinha o cargo de pagador. Antigamente, não era o banco que distribuía os salários dos funcionários da ferrovia. Era o próprio Mário que saía de São Paulo para o interior com todo o dinheiro para pagar os trabalhadores.

Às vezes, ficava mais de um mês fora de casa fazendo seu serviço, como lembra a filha.

Nunca, em mais de 30 anos de emprego na Sorocabana, lhe ocorreu algo de perigoso.

Primogênito de cinco irmãos, nasceu em São Paulo, filho de um ferroviário e de uma dona de casa. Seu pai, chefe de estação, costumava ser transferido, e Mário chegou a morar quando criança em Itapetininga e Assis (SP).

Na capital, aposentou-se na estrada de ferro, mas continuou trabalhando. Foi auxiliar administrativo numa empresa de uísque e na Cinzano. Por volta dos 65 anos, encerrou as atividades de vez.

Era apaixonado pelo time do São Paulo FC e gostava de plantas. Também adorava passar temporadas no apartamento que tinha em Mongaguá, no litoral paulista, onde disputava partidas de malha, jogo em que se derruba estacas com discos de metal.

Com Lídia, funcionária pública, teve dois filhos. Além de Solange, Júnior, morto aos 28 anos devido a uma meningite.

Viúvo há cinco anos, morreu após um infarto no domingo, aos 92. Teve dois netos. Um deles botou a camisa do tricolor no caixão do avô e tocou o hino do time na cremação.


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