Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Greve na CPTM dura um dia e deixa 1 milhão sem trens
Rodízio de carros foi suspenso e trânsito chegou a 148 km de manhã; categoria decidiu encerrar paralisação à noite
Sindicatos concordam em aceitar reajuste de 8,56%, mas ainda querem benefícios como vale-refeição
A greve dos funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) parou ontem três das seis linhas da companhia. A paralisação prejudicou um milhão de passageiros, segundo estimativa feita pela empresa.
Por causa da greve, o trânsito chegou aos 148 km pela manhã, e o rodízio municipal de veículos foi suspenso.
O plano da SPTrans de operar com toda a frota na cidade, por causa da greve, não foi cumprido.
O TRT (Tribunal Regional do Trabalhou) julgou, na noite de ontem, a paralisação como não abusiva, mas determinou que os grevistas voltassem ao trabalho imediatamente, sob pena de multa diária de R$ 200 mil contra a categoria --que decidiu voltar ao trabalho.
O sistema voltou a funcionar integralmente às 20h15. Nova audiência foi marcada para a próxima quarta-feira.
Entre outras propostas, os sindicatos reivindicam a definição de um PCS (Plano de Cargos e Salários).
A greve interrompeu --ora total e ora parcialmente-- as linhas 9-esmeralda (Grajaú-Osasco), 11-coral (Luz-Estudantes) e 12-safira (Brás-Calmon Viana). A categoria também previa parar a linha 8-diamante, ontem, mas apenas uma estação, a Júlio Prestes, foi afetada.
A linha 9 parou até as 17h40, quando passou a funcionar entre Pinheiros e Grajaú. De manhã houve confusão no embarque dos ônibus do Paese (plano de emergência) na estação Santo Amaro. Às 8h, a fila era de 300 m. Um veículo foi depredado.
Já as linhas 11-coral e 12-safira, que cortam a zona leste, funcionaram parcialmente até pararem às 10h.
Com a paralisação, o metrô ficou lotado no final da tarde. Na estação República (linha 3-vermelha), passageiros esperavam até seis trens para embarcar. "Vou para Guaianases pela linha 11, mas hoje vou ter que ir de metrô até Itaquera e lá pegar um ônibus. A viagem vai demorar uma hora a mais", afirmou o comprador Daniel Alves, 26 anos.
PLANO DE CARGOS
A greve foi decretada anteontem por dois dos três sindicatos que representam os funcionários da companhia. Os grevistas operam as linhas 8-diamante, 9-esmeralda, 11-coral e 12-safira.
Os sindicatos concordaram em aceitar o reajuste salarial de 8,56%, negociado após três encontros intermediados pela Justiça do Trabalho.
Até a sessão de ontem no TRT, os grevistas afirmavam que sua principal reivindicação era a definição de um PCS (Plano de Cargos e Salários) para a categoria.
Entre outras propostas, os grevistas pedem também a estipulação de R$ 3.300 como valor da participação nos resultados e de R$ 552 mensais de vale-refeição.
A CPTM disse que a greve "é irresponsável" e foi decidida "na contramão da negociação", após a empresa oferecer o reajuste acordado.
