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Roman Stulbach (1947-2013)

Um cineasta nascido na Cracóvia

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Em setembro do ano passado, Roman Stulbach foi com os dois filhos para a Polônia visitar os locais por onde a família, judia, havia passado. Cineasta, ele planejava um filme baseado na história dos pais.

Roman nasceu na cidade polonesa de Cracóvia, dois anos após o final da Segunda Guerra. Sua família havia sobrevivido ao Holocausto depois de viver mais de dois anos escondida no sótão de um prédio industrial (eram, ao todo, 16 pessoas no esconderijo).

Por volta dos dez anos, ele veio a São Paulo com a família. Seu pai, Edward, que era advogado, trabalhou no Brasil com material de construção e teve uma empresa no ramo.

Roman passou a juventude na capital paulista, onde se formou em cinema na USP. Teve um primeiro casamento, que durou pouco, e logo foi viver no Rio. Lá, tocou sua carreira como diretor, montador e roteirista. Trabalhou, entre outros, nos filmes "Bang Bang" (1971), como editor, e dirigiu "Missa do Galo" (1974), com Fernanda Montenegro.

Seu último trabalho foi o documentário "Suíte Bahia", sobre o cineasta Agnaldo Siri.

Como o pai, que morreu em 1991, havia registrado suas memórias em fitas cassete, decidiu transcrever o material e editar, com o irmão José (um dos que viveram no sótão), engenheiro, o livro "Claraboia sem Luar", lançado em 1993.

O livro virou peça, e Roman terminava um roteiro para um filme. Não teve tempo de fazê-lo. Ao voltar da Polônia no ano passado, descobriu um câncer.

Morreu em 15/5, aos 66, após uma parada cardíaca. Suas cinzas serão jogadas no mar, no Leme (Rio), onde foram atiradas as de sua mulher, Ana Maria, morta em 2005.


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