Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

País em protesto

Lojas fecham mais cedo e comerciantes criticam passeata

Com antecipação de expediente, fila para pegar metrô no largo da Batata, onde ato teve início, chegou a 100 metros

'Não adianta ficar aberto porque não vai ter clientela, vou perder quatro horas de venda', diz dono de banca

DE SÃO PAULO

A manifestação contra o aumento na tarifa dos ônibus, que reuniu ontem 65 mil pessoas nas ruas de São Paulo, segundo o Datafolha, fez com que empresas na região do largo da Batata, na zona oeste da capital, fechassem mais cedo com medo de quebra-quebra.

Trabalhadores andavam apressados a caminho de casa na altura da Faria Lima com a Rebouças, e alguns comerciantes criticaram o protesto.

Com a antecipação do fim do expediente no local, as filas para entrar na estação Faria Lima, da linha 4-amarela do metrô, chegavam a 100 metros de extensão por volta das 16h40 de ontem. A concessionária Via Quatro liberou um número maior de catracas para aumentar a vazão.

Funcionário de um escritório de um fundos de investimento, Gabriel da Rocha Melo, 24, disse que foi liberado às 15h30 "por precaução".

Para o instrutor de academia Pedro Ricardo, 21, o expediente foi antecipado das 22h para as 17h de ontem.

Vizinha à estação do metrô, uma loja da rede Magazine Luiza fechou mais cedo com medo de confusões.

"Não adianta ficar aberto porque não vai ter clientela", disse o proprietário de uma banca de jornais. "Vou perder umas quatro horas de venda." Em um dia comum, ele fecharia em torno de 20h.

A reportagem também encontrou a proprietária de uma banca de salgados na Faria Lima fechando as portas. "Estou indignada por ter de fechar mais cedo. Quem vai pagar as minhas contas amanhã?", disse Regiane Vieira Alves. "Se uma pedra atinge a minha geladeira, o que eu vou fazer? Estou revoltada."

Para Anthony Martins de Lima, 35, que trabalha com restaurantes na região, manifestação é "coisa de jovem". Ele ia para a casa quando conversou com a reportagem. "Só quero chegar em casa logo."

Impedido de seguir de carro por causa da aglomeração, o motorista Claudio Souza, 39, ficou parado na esquina da Faria Lima com a Benedito Chaves. "Palhaçada. Estou há 40 minutos tentando cruzar e não consigo. Uma vez, tudo bem, mas toda semana, só pode ser piada", reclamou.

IGUATEMI

No shopping Iguatemi, na avenida Faria Lima, onde as portas foram abaixadas, a equipe de segurança formou um cordão de isolamento na entrada, onde duas caminhonetes ficaram em transversal.

Lojistas disseram ter sido orientados pelos seguranças a fechar as portas, o que a assessoria do shopping negou.

Fechado com alguns frequentadores dentro, o centro comercial foi ficando deserto, mas voltou a reabrir por volta das 20h50 de ontem.

Cynara Ribeiro, 31, comerciária de Goiânia, que veio conhecer o shopping, afirmou ter ficado com muita raiva com o fechamento das lojas.

"Não quero ficar presa aqui dentro. Assisti pela TV uma coisa grotesca", disse sobre os protestos na última quinta. Segundo ela, parentes ligaram para ela preocupados.

A comerciante criticou a manifestação. "Cada um tem o direito de reivindicar, desde que não atropele meu direito de ir e vir." A advogada Damila Roldão, 27, de Uberlândia, que a acompanhava, também se dizia indignada.

"Essa briga é de quem pode [políticos] com quem não pode [manifestantes], mas quem paga somos nós." "Que horas vou conseguir sair daqui?", questionou.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página