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País em protesto

Ato tem violência, saque e depredação; PM demora a agir

Manifestantes tentam invadir Prefeitura de São Paulo, colocam fogo em carro de TV e roubam lojas no centro

Protesto reuniu 50 mil pessoas na praça da Sé, segundo Datafolha; maioria se manifestou de forma pacífica

DE SÃO PAULO

A sexta manifestação contra a elevação das tarifas de transporte em São Paulo começou em clima de paz na praça da Sé, mas acabou marcada por cenas de violência e vandalismo que se espalharam pelo centro da cidade.

Desta vez, o alvo principal foi a prefeitura, onde guardas municipais ficaram encurralados por manifestantes que tentavam invadir o prédio.

Um carro da TV Record foi queimado, dezenas de lojas foram saqueadas, entradas de bancos foram destruídas e uma agência teve princípio de incêndio. A Polícia Militar só começou a agir três horas após a tentativa de invasão da prefeitura.

Por volta das 17h, o marco zero da cidade já estava tomado por manifestantes que carregavam faixas e cartazes.

Da redução da tarifa a críticas ao prefeito Fernando Haddad (PT) e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), as queixas eram variadas.

Ao menos 50 mil pessoas estavam na Sé por volta das 17h50, segundo o Datafolha.

O protesto rumou para a prefeitura a partir daí. A segurança do prédio estava a cargo da Guarda Civil Municipal.

Pouco depois, Haddad deixou o local para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula no aeroporto de Congonhas.

Em pouco tempo os manifestantes lotaram a frente do prédio. Um boneco de Haddad foi queimado e, às 18h50, a entrada começou a ser forçada.

Enquanto alguns quebravam vidros, pichavam a fachada e arremessavam objetos nos guardas civis que faziam um cordão de isolamento, outras pessoas tentavam contê-los. Dois guardas foram feridos.

Adriano Santos, 26, apedrejava as janelas do prédio. "Isso aqui é a revolução. Não sou ligado a movimento nenhum. O povo está cansado de pagar caro para ficar espremido dentro de ônibus e metrô", afirmou.

Integrante do Movimento Passe Livre, Amanda Cimeco, 37, quis impedir os atos de vandalismo. "Éramos minoria. Nós gritávamos sem vandalismo' e eles gritavam com vandalismo'", afirmou.

Os manifestantes não conseguiram entrar, mas novos atos de vandalismo se sucederam. Uma base da PM em frente à prefeitura e um carro da TV Record foram queimados. Ninguém se feriu.

Duas bandeiras, do Estado de São Paulo e do município, foram arrancadas da frente da sede do Executivo.

A violência assustou quem estava no Theatro Municipal, onde uma ópera era apresentada para 300 pessoas. "Ficamos com muito medo", disse a professora aposentada Eunice Alves da Silva Neves, 89.

Às 20h, um grupo passou a saquear o comércio da região. Dezenas de lojas das ruas Direita e São Bento foram invadidas. A eles se juntaram menores, moradores de rua e pessoas que não estavam na manifestação. Saqueadores eram vistos carregando eletrodomésticos.

Por volta das 21h, a PM passou a agir de forma ostensiva na região. Ao menos 30 pessoas foram detidas.

PAULISTA

Enquanto o clima era de tensão no centro, o protesto seguia pacificamente pela cidade. A maior parte dos manifestantes que saiu da praça da Sé rumou para a Paulista.

O clima na região era de tranquilidade até as 21h30.

Por volta das 23h, novos casos de depredação foram registrados. Policiais não reagiram a provocações.

Já na rua Augusta, bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas pelos policiais. Também houve interdições na marginal Pinheiros, rodovia Raposo Tavares, av. Interlagos e av. Senador Teotônio Vilela.

Hoje, novas manifestações estão marcadas. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e o Movimento Periferia Ativa prometem atos na periferia.

O sétimo ato do Passe Livre será amanhã, às 17h, na praça do Ciclista da av. Paulista.


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