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País em protesto

Assembleia do Rio tem prejuízo de R$ 2 mi

Saldo dos confrontos na 'batalha da Alerj' foi de 27 feridos e 13 pessoas indiciadas; pichações já foram retiradas

Operador de áudio ainda não terminou de pagar seu carro 1993, que foi destruído durante a manifestação

DO RIO

O confronto entre um grupo de manifestantes e policiais nas escadarias da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) anteontem à noite deixou um saldo de 27 feridos, 13 pessoas indiciadas e prejuízos calculados aos milhões pelo poder público e bancos.

A Prefeitura do Rio buscou limpar os vestígios do conflito já pela manhã. Pichações foram apagadas e trechos do asfalto, danificado por fogueiras, recapeados.

Ao longo do dia, feridos foram liberados dos hospitais. Quatro continuam internados. Um manifestante baleado, com pulmão perfurado, é o que mais inspira cuidados.

A "batalha da Alerj", como está sendo chamado o confronto, começou após um grupo lançar morteiros contra policiais militares posicionados em frente ao prédio.

Encurralados, os agentes se refugiaram dentro do Palácio Tiradentes, sede do Legislativo fluminense. Os poucos que ainda estavam nas ruas eram perseguidos por manifestantes. Acuados, muitos atiraram para o alto.

Sem polícia, começou uma onda de saques e depredações ao longo das ruas próximas. Ao ver um grupo de jovens carregando sacolas com objetos saqueados de uma loja, uma estudante começou a gritar: "Manifestação assim? Bandido não tem direito de se manifestar. Vocês são piores do que eles". "Cada um se manifesta do seu jeito, colega", respondeu um dos assaltantes.

O presidente da Alerj, Paulo Mello (PMDB), calculou em R$ 2 milhões os prejuízos causados no palácio. "Protesto foi feito na Rio Branco [avenida onde a maioria permaneceu sem confronto]. Na Assembleia Legislativa foi vandalismo", disse o deputado.

Entre os presos, nove são acusados de formação de quadrilha, três por furto qualificado e uma por receptação de mercadoria roubada.

DE NOVO A PÉ

O operador de áudio Jorge Fabrício Ferreira Vieira, 41, dois empregos, usava diariamente o seu Ford Versailles 1993, comprado no ano passado, para ir da sua casa em São João do Meriti, na região metropolitana, até o centro do Rio.

Na segunda, como de costume, estacionou próximo ao local de seu segundo trabalho, na rua da Assembleia, e se preparou para mais um plantão noturno.

Pouco tempo depois viu, da janela, seu carro explodir no meio da manifestação que reuniu 100 mil pessoas.

"E eu ainda estou pagando e vou ter que continuar a pagar", lamentou Vieira, que não tinha seguro. Ontem, ele teve que ir ao centro de ônibus e metrô, superlotados.

Amigos se mobilizaram para ajudá-lo. O primeiro passo foi colocar o número da conta bancária de Vieira em uma rede social. As contribuições já começaram a pingar.


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