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Policiais viram ação de vândalos sem reagir
Secretaria diz que tentou evitar feridos
Policiais militares ouvem xingamentos de manifestantes e não reagem. Outros assistem imóveis ao furto de uma banca de revistas. Há ainda os que veem vândalos atirarem garrafas de vidro em carros oficiais e recuam.
Essas foram algumas cenas testemunhadas pela Folha durante o sexto protesto contra o reajuste da tarifa do transporte público em São Paulo. A manifestação começou anteontem à noite no centro da capital e terminou ontem de madrugada.
A sensação de paralisia policial diante de crimes como desacato, furto e depredação do patrimônio, segundo a Folha apurou com nove PMs, entre oficiais e soldados, foi uma ordem dada pelo governo do Estado para evitar confrontos e lesões.
A avaliação é que a imagem da corporação ficou manchada após os confrontos da quinta-feira passada, quando cerca de cem pessoas ficaram feridas, inclusive jornalistas que cobriam o protesto contra a tarifa.
"A ordem foi, na dúvida de como atuar, não faça nada", disse o deputado estadual Olímpio Gomes (PDT), major da reserva da PM.
A manifestação de anteontem começou pacífica, às 17h na praça da Sé. Os problemas surgiram por volta das 18h50, quando manifestantes tentaram invadir a prefeitura, no viaduto do Chá. A depredação do local foi seguida por saques em ao menos 15 lojas e destruição de cinco agências bancárias do centro.
A Secretaria da Segurança Pública disse que não houve ordem para os policiais não agirem. O que aconteceu, alega a pasta, foi que os PMs só atuaram quando se sentiram seguros para garantir a integridade deles mesmos e dos manifestantes que protestavam pacificamente.
Conforme a Folha constatou, a PM só atuou quase três horas depois da depredação. A secretaria, porém, diz que por volta das 20h50, 20 PMs tentaram intervir, mas foram acuados pelos manifestantes. A Tropa de Choque chegou às 22h05. Ao menos 69 pessoas foram detidas pela polícia.
