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País em protesto
Atos fecham 13 rodovias em SP e isolam aeroportos
Dutra fica fechada por mais de cinco horas e tem arrastão
Comerciantes também fecham as portas mais cedo em vários pontos da cidade por medo de saques e vandalismo
Uma série de protestos dispersos levou ontem ao bloqueio dos principais acessos aos aeroportos de Congonhas, na zona sul da capital, e de Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana.
Além disso, 13 rodovias também tiveram interdições ao longo do dia e houve registro de arrastão em pelo menos uma delas.
Em Cumbica, o acesso foi prejudicado por bloqueios nas rodovias Presidente Dutra e Hélio Smidt, presenciados pela Folha.
Um grupo de manifestantes se reuniu em frente ao aeroporto, a cerca de 20 metros da entrada principal dos terminais 1 e 2.
O ato, que segundo a polícia chegou a reunir 8.000 pessoas, dificultou a chegada e a saída de passageiros e funcionários de companhias aéreas (leia mais ao lado).
Na zona sul de São Paulo, o acesso a Congonhas também foi prejudicado por outro protesto, que fechou a avenida Washington Luís. Por volta das 21h, cerca de 600 pessoas se reuniam no local, segundo a polícia.
No total, ao menos 13 rodovias e diversas avenidas importantes da cidade foram interditadas ontem --algumas por várias horas.
ARRASTÃO
Aproveitando o congestionamento, bandidos fizeram um arrastão na Dutra, na altura do quilômetro 230.
A Polícia Rodoviária Federal não soube informar o número de vítimas. Ninguém havia sido preso até a conclusão desta edição.
Segundo a concessionária CCR, a rodovia foi ocupada por manifestantes por mais de cinco horas, a partir das 16h30. O trecho afetado fica entre os quilômetros 204 e 207, na altura de Guarulhos.
Além da Dutra e da Hélio Smidt, também tiveram bloqueios as rodovias Régis Bittencourt, Castello Branco, Raposo Tavares, Anhanguera, Fernão Dias, Imigrantes, Rio-Santos, Anchieta, Tamoios, SP-88 e SP-23.
Na capital, várias vias importantes também foram ocupadas por protestos, como a avenida Paulista, a rua da Consolação, a marginal Tietê e a Radial Leste.
COMÉRCIO FECHADO
Essas e outras mobilizações, aliadas a boatos que se espalharam por diversos pontos da cidade, fizeram com que muitos comerciantes decidissem encerrar mais cedo suas atividades por medo de saques e vandalismo.
O shopping Center Norte, na zona norte da capital, fechou as portas às 16h, seis horas antes do previsto, por causa de rumores de que o local seria alvo de um protesto.
Em nota, o centro comercial informou que a decisão foi tomada para "garantir o direito de livre manifestação e a segurança dos clientes, lojistas, expositores, colaboradores e visitantes".
Na zona leste, vários estabelecimentos também fecharam mais cedo do que o previsto na região da praça Silvio Romero, no bairro do Tatuapé. Foram afetadas agências bancárias, lotéricas, lojas de roupa e ao menos uma loja da rede Magazine Luiza.
Raimundo de Jesus, 34, gerente de uma unidade da Drogaria Onofre, afirmou que sabia do protesto desde a véspera e fechou as portas às 16h por medo de vandalismo.
NOVO ATO
Para hoje está previsto novo protesto contra a PEC-37, projeto de emenda constitucional que limita o poder de investigação do Ministério Público, em tramitação no Congresso Nacional.
O ato, organizado por promotores e integrantes do movimento "Dia do Basta", sairá da avenida Paulista, às 16h, e seguirá até a sede do Ministério Público Estadual, na rua Riachuelo, no centro, passando pela rua da Consolação, pelo viaduto do Chá e pela rua Líbero Badaró.