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País em protesto
Passeata no Rio tem clima de 'domingão'
Caminhada que saiu ontem da praia de Copacabana reuniu 3.000 contra a PEC 37 e teve churrasco e cerveja
Manifestação seguiu para a rua onde mora o governador Sérgio Cabral, onde jovens acampam desde sexta
Depois de uma semana marcada por manifestações que acabaram em confrontos e cenas de vandalismo, o domingo teve poucos protestos pelo país e clima pacífico até a conclusão desta edição.
Foi o caso de uma passeata que saiu ontem da praia de Copacabana e terminou no Leblon, em frente à rua onde mora o governador Sérgio Cabral, em clima de paz e "domingão": cerveja, churrasquinho e algodão-doce.
A fumaça observada à distância era do espetinho de carne na brasa improvisado na Delfim Moreira, a avenida da orla. Com o dia nublado, os vendedores ambulantes aproveitaram o poder de compra dos manifestantes.
"Como ninguém foi à praia, estou recuperando agora com o protesto na casa do Cabral", disse o vendedor de mate e biscoitos Globo.
O ato iniciado em Copacabana começou como protesto contra a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público.
Os participantes decidiram estender a caminhada até a residência de Cabral. Por lá, desde sexta, estavam acampados os jovens que criaram no Facebook o movimento "Ocupe Delfim Moreira". Eles permaneceram na esquina da rua onde mora o governador, durante o fim de semana.
De acordo com a PM, a manifestação chegou a reunir 3.000 pessoas, incluindo o homem do algodão-doce e o vendedor de máscaras de Guy Fawlkes, um dos símbolos dos manifestantes.
Ainda em Copacabana, um dos participantes vestiu a máscara na estátua de Carlos Drummond de Andrade, que foi fotografada também com um cartaz contra a PEC 37.
Sob uma garoa fina, o público repetiu alguns coros já conhecidos: "Vem pra rua, vem!", além de muitas frases e xingamentos contra Cabral.
No trajeto, pediram a adesão dos moradores gritando "Quem apoia, pisca a luz". Um hóspede do hotel Fasano piscou as luzes do quarto e foi aplaudido pela multidão.
O quarteirão ao redor da casa do governador foi isolado por grades e protegido por 200 policiais. O perímetro de segurança contou ainda com 15 viaturas, além de uma equipe do Bope que acompanhou à distância os protestos.
Em nota, a assessoria de imprensa do governador afirmou que "as pessoas têm o direito de se manifestar, desde que de forma pacífica", mas não informou onde estava Sérgio Cabral no momento dos protestos.