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Foco

Imagens e objetos contam história da imigração judaica para o Brasil

JULIA BOARINI DE SÃO PAULO

A partir de amanhã, uma exposição na Instituição Beneficente Israelita Ten Yad vai mostrar como o Brasil entrou na rota da imigração da comunidade judaica e como esse povo abraçou as oportunidades de uma nova vida no país.

A pesquisa, feita por Marcio Pitliuk com o apoio de David Weitman, rabino chefe da sinagoga Beit Yaacov e diretor do Ten Yad, deu origem ainda a um livro e um documentário, ambos intitulados "200 anos de Imigração dos Judeus do Mediterrâneo" --mesmo nome da exposição.

O evento, na avaliação do rabino Weitman, deve atrair não só famílias judaicas, como todos os interessados em conhecer mais sobre essa cultura e sua participação na história brasileira.

"O Brasil é um mosaico de várias culturas que foram bem acolhidas, entre elas a cultura judaica", destaca. Para Pitliuk, o principal objetivo é tornar conhecida a participação dos judeus na construção do Brasil e como o país recebeu a todos de braços abertos.

A mostra trará fotos, documentos e objetos ritualísticos, coletados com descendentes de judeus que chegaram, cerca de 200 anos atrás, ao Brasil procedentes de Marrocos, Grécia, Espanha, Itália e Turquia, países que os classificam como judeus orientais.

HISTÓRIAS

De acordo com o livro, muitos judeus deixaram a Síria rumo ao Líbano, mas, quando guerras civis tomaram o país nos anos 1960, a falta de passaporte tornou-se um grande empecilho para que seguissem adiante.

Na época, um cônsul do Irã que trabalhava no Líbano e era conhecido por gastar além de suas economias em cassinos acabou tornando-se um grande "aliado". Vislumbrando uma excelente oportunidade, alguns judeus propuseram a esse cônsul, em troca de dinheiro, garantir um passaporte iraniano para eles e suas famílias.

"O cônsul pegava passaportes de cidadãos mortos, trocava as fotos e os preparava para os judeus. Isso assegurou a sobrevivência de muitas pessoas", conta o autor.

O livro ainda traz o relato de uma judia que conseguiu escapar da Grécia durante a ocupação nazista porque seu pai era cidadão espanhol.

"Apesar de fascista, Franco [então ditador da Espanha] ofereceu documentos para os judeus espanhóis que estavam refugiados na Grécia."

Os relatos apresentados na obra foram comprovados com documentos e fotos, cedidos por descendentes de judeus que hoje vivem no Brasil.


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