Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

País em protesto

Ato em BH termina em confronto e morte

Na capital mineira, jovem morreu após cair de viaduto; houve vandalismo em posto de combustível e concessionárias

Em Brasília, polícia usou quase 30% do seu efetivo, lançou bombas de gás lacrimogêneo e prendeu cerca de 20

DE BELO HORIZONTE ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE DE BRASÍLIA

Uma pessoa morreu no embate dado como "certo" pela PM de Minas e que ocorreu ontem no entorno do Mineirão, em Belo Horizonte, onde Brasil e Uruguai jogavam pela Copa das Confederações.

Pela terceira vez na cidade em menos de 15 dias, manifestantes enfrentaram a polícia e promoveram destruição nas imediações do estádio.

Douglas Oliveira, 21, morreu após cair de um viaduto durante a manifestação, à tarde. Outro jovem, de 28 anos, também caiu, mas chegou ao hospital consciente. Ao menos outras cinco pessoas já haviam caído do mesmo local em atos anteriores.

Segundo balanço feito pelo governo mineiro às 22h, ao menos 26 pessoas foram presas sob suspeita de participação em vandalismo. Além de Oliveira, pelo menos outras oito pessoas ficaram feridas.

A passeata de 8 km transcorreu de modo pacífico por quatro horas --segundo a PM, 50 mil pessoas participavam do ato no meio da tarde, aos gritos de "sem conflito".

Nas imediações do Mineirão, contudo, centenas de pessoas descumpriram acordo entre governo e líderes do protesto para que a passeata não avançasse por uma das vias de acesso ao estádio.

A confusão começou por volta das 15h30, quando homens com camisetas no rosto arrancaram grades de contenção e atiraram bombas, paus e pedras contra os policiais. Por um carro de som, um major pedia moderação.

Como os policiais estavam orientados a manter distância dos manifestantes, respondiam apenas com bombas para tentar dispersar esses grupos, que passaram a vandalizar lojas da região.

Ao menos um posto de combustível, sete concessionárias, uma agência bancária e uma loja de autopeças foram depredadas ou incendiadas --em uma loja da Kia, seis carros foram queimados e dois, depredados.

"O sentimento de revolta é muito grande, nem sei se vou reabrir", disse Bruno Henriques, diretor da concessionária, que estimava o prejuízo em R$ 3 milhões.

Com os presos, a polícia disse ter apreendido artefatos explosivos, bolas de gude, máscaras, luvas, facas e celulares com mensagens de incentivo à violência.

Por volta das 18h30, após o público do jogo começar a deixar o local pelo lado oposto ao do conflito, a Tropa de Choque avançou para dispersar quem permanecia nas imediações do bloqueio.

Cenas de violência também foram vistas em Vitória, com prédios públicos depredados e 50 detidos, em Teresina, onde um jovem foi esfaqueado, e em Brasília. Ontem, houve protestos em 17 capitais.

BRASÍLIA

Na capital federal, o ato acabou em forte repressão policial, com ao menos 20 prisões e uso de bombas de gás. A PM fez um grande cordão de isolamento na Esplanada dos Ministérios, revistando manifestantes. A tropa usou quase 30% de seu efetivo, com 4.000 homens, carros, cavalos, cães e helicópteros.

A situação ficou tensa perto das 21h, quando alguns manifestantes atiraram contra a PM rojões que escaparam da revista.

No revide, foram dezenas de bombas de gás lacrimogêneo. Segundo balanço preliminar da PM, cerca de 20 pessoas foram presas, incluindo um grupo que tentou invadir um shopping e foi contido com bombas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página