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País em protesto
Enfrentamento no entorno do estádio fere 7 em Fortaleza
Porto Alegre e Salvador também registraram conflitos entre manifestantes e policiais militares e depredações
Rio teve manifestação pacífica; em Brasília, UNE e Ubes levaram 2.000 pessoas para a frente do Congresso
Policiais e manifestantes voltaram a entrar em confronto ontem em pelo menos três capitais: Fortaleza, Porto Alegre e Salvador. No total, 12 mil pessoas saíram às ruas nessas três cidades.
A capital cearense reuniu 5.000 manifestantes e teve o confronto mais longo e intenso. O protesto começou às 10h e só terminou às 17h.
Torcedores que seguiam para o Castelão, onde Espanha e Itália se enfrentaram pela Copa das Confederações, corriam assustados e tinham que tampar boca e nariz para se proteger do gás lacrimogêneo lançado pela PM.
Os manifestantes marcharam até uma barreira policial que impedia o acesso ao estádio e, por volta das 14h, parte deles começou a atirar bombas caseiras, coquetéis molotov, pedras e paus nos policiais militares. A PM revidou com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
Placas quebradas, restos de pneus e garrafas de plástico queimados, vidros de um ônibus depredado e de garrafas, além de muitas pedras, usadas como munição contra os policiais, podiam ser vistos ao longo do caminho. Imóveis foram depredados.
Um carro da TV Diário foi incendiado e um da TV Jangadeiro, afiliada da Band, foi depredado. Segundo a PM, 72 pessoas foram detidas, e 20 menores, apreendidos. Ao menos sete ficaram feridas sem gravidade.
Em Porto Alegre, o ato também reuniu 5.000 pessoas. O problema começou quando um grupo não aceitou a proposta de "protesto parado" e exigiu uma passeata.
Integrantes desse grupo jogaram rojões em direção a policiais da Tropa de Choque que faziam a guarda do Tribunal de Justiça. Eles reagiram com bombas de gás lacrimogêneo. Houve correria.
O grupo dissidente passou então a percorrer ruas das imediações, atacando carros estacionados e lojas.
Em Salvador, a maior estação de ônibus foi atacada e a PM utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar um pequeno grupo em meio a 2.000 manifestantes.
Pelo menos dois ônibus foram danificados e a entrada da estação da Lapa foi bloqueada.
Um grupo encapuzado colocou fogo em dois contêineres de lixo e, aos gritos de "passe livre", obrigou motoristas a permitir o acesso de usuários sem pagar.
Em Sergipe, uma equipe da TV Sergipe, afiliada da Rede Globo, foi ameaçada e os pneus do carro da emissora foram esvaziados.
No Rio, o protesto que reuniu cerca de 5.000 pessoas (segundo a PM) foi pacífico.
UNE (União Nacional dos Estudantes) e Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) fizeram uma manifestação em Brasília que reuniu cerca de 2.000 pessoas (segundo a PM) no gramado em frente ao Congresso. Não houve confronto.
Também houve atos em João Pessoa, Florianópolis, Teresina, Belém e Goiânia.