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Disputa sindical fecha terminais e, de surpresa, para ônibus em SP

Às vésperas de eleição, chapa de oposição diz que redução da tarifa ameaça emprego dos cobradores

Protesto sem aviso, afetando 97 linhas, é 'terror eleitoral', afirma sindicato; há ameaça de novas manifestações

DE SÃO PAULO

Uma disputa pelo controle do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus bloqueou quatro terminais no centro de São Paulo e prejudicou na manhã de ontem, durante mais de três horas, passageiros de 97 linhas.

O protesto foi realizado de surpresa por um grupo de condutores que tenta ser eleito na semana que vem para comandar a categoria.

Ele acabou com um "passe livre" para quem aguardava a liberação dos ônibus --passageiros foram autorizados a entrar pela porta traseira, sem pagar.

Os manifestantes alegam que a queda da tarifa de ônibus aumentou a pressão para extinguir a função dos cobradores, que representam 12% do custo do transporte.

A passagem caiu de R$ 3,20 para R$ 3, por decisão do prefeito Fernando Haddad (PT), após protestos que ganharam corpo na capital paulista a partir do último dia 6.

Isao Hosogi, presidente do sindicato que representa 37 mil funcionários (entre motoristas, cobradores e pessoal de manutenção), disse que a mobilização de ontem partiu de uma "minoria dissidente" que "faz terror eleitoral".

O grupo responsável pelos bloqueios promete novos atos nos próximos dias, inclusive a invasão de garagens das viações. Eles dizem que vão incentivar a adesão da categoria à manifestação de centrais sindicais no dia 11.

O ato ontem começou às 8h40, quando um carro de som bloqueou uma saída do terminal Parque D. Pedro 2º.

Os cerca de 200 manifestantes exibiam faixas da chapa de oposição à atual diretoria do sindicato. Com a interdição, alguns condutores aderiram ao protesto.

Também houve bloqueios nos terminais Bandeira, Mercado e Princesa Isabel. Das 1.321 linhas de ônibus da cidade, 97 foram afetadas.

Os bloqueios acabaram por volta das 12h, mas a manifestação só terminou depois de uma marcha até a Câmara. Muitos manifestantes vestiam camisetas da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

A SPTrans (empresa municipal) não informou a estimativa de passageiros prejudicados, mas disse que suas equipes desviaram os ônibus dos terminais para manter parte do funcionamento.

Os manifestantes afirmaram que os pedidos por tarifa zero --uma das bandeiras do Movimento Passe Livre-- também reforçaram a pressão contra os cobradores.

Para eles, a lei municipal que regulamenta a profissão não dá garantias contra uma eventual extinção da função. Por isso entregaram na Câmara um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas pedindo alterações. O discurso em defesa dos cobradores pode atrair votos na categoria.

Há duas semanas, após boato nas garagens, a gestão Haddad divulgou nota desmentindo qualquer intenção de acabar com os cobradores.

Entre especialistas, não há consenso sobre a importância desse posto, que não é comum em muitos países. O pagamento da passagem em dinheiro hoje representa uma pequena parcela --a maioria paga com bilhete eletrônico.

A disputa pelo controle do sindicato se acirra conforme se aproxima a eleição, marcada para dias 11 e 12.

A chapa de oposição é liderada por José Valdevan de Jesus, atual diretor financeiro, mas rompido com os líderes da entidade e apoiado pelo ex-presidente Edivaldo Santiago.


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