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Análise

Dependência rodoviária causa problemas em série para o país

AQUI, GASTA-SE QUASE 6 VEZES O VALOR DA TONELADA DE SOJA TRANSPORTADA NOS EUA

MAURÍCIO LIMA ESPECIAL PARA A FOLHA

Embora o governo anuncie mais investimentos em outros sistemas de transporte, o rodoviário ainda é responsável por 66% da carga movimentada no Brasil. Aliás, cresceu um ponto percentual de 2006 para cá.

Usa-se demais as rodovias --até mesmo em situações nas quais ela é pouco competitiva. O caso clássico é o agronegócio. No Brasil, mais de 53% dos grãos são transportados em estradas. Nos EUA, 60% da produção vai por hidrovia até os portos.

A diferença permite aos norte-americanos gastarem US$ 25 (cerca de R$ 56) por tonelada para levar soja ao porto de Nova Orleans. Aqui, gasta-se quase seis vezes isso: US$ 145 (R$ 326) para transportar uma tonelada de soja por caminhão do Centro-Oeste a Santos.

A carência de infraestrutura inibe o investimento do setor produtivo, pois os empresários veem na dependência das rodovias um risco para o negócio.

Outro fator sob questionamento é a nova lei dos motoristas (12.619, de 2012), sobre segurança e direitos dos trabalhadores.

Isso porque a nova lei acaba incentivando o trabalho autônomo em detrimento do celetista, podendo aumentar o risco trabalhista e prejudicar a produtividade da frota.

Assim, algumas propostas de mudança continuam como um ponto pendente.

Caso o Brasil consiga melhorar a infraestrutura, aumentando a participação de ferrovias, dutos e hidrovias para padrões parecidos com os de outros países de dimensão continental, poderíamos economizar quase R$ 90 bilhões por ano em transporte.

Entretanto, para isso, seriam necessários investimentos anuais de R$ 100 bilhões, muito acima dos R$ 13 bilhões planejados pelo governo para este ano (e mais ainda dos R$ 3 bilhões realmente gastos no primeiro semestre).

Ainda que o investimento privado neste ano deva ser superior aos R$ 12 bilhões do ano passado, no total, ainda estaremos muito longe de atender à nossa necessidade.


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